Pereira, Jorge (2007). Rafeiro Perfumado: A minha vida dava um blog. Esfera do Caos Editores
Para ler este livro, tive que escrupulosamente cumprir algumas regras, ou melhor, seguir à risca o conselho do autor de não o pedir emprestado a ninguém….Foi o que eu fiz! Comprei-o directamente ao “produtor” e, sofrendo agora as consequências de que não o posso oferecer a ninguém depois de lido, pois tenho o exemplar autografado pelo canino, com uma dedicatória que faz qualquer leitor corar de vergonha, se agora resolvesse ceder esta obra prima a terceiros. Sim, porque lá iam as minhas qualidades que estão expressas na dedicatória com direito a “raufs” e tudo!!
Para além de elogiar o meu gosto literário o Jorge Pereira, ou melhor, Rafeiro Perfumado tem realmente o dom de conseguir falar de temas que nos tocam a todos, conseguindo em simultâneo arrancar gargalhadas aos seus leitores.
Para quem já conhece o seu blog, este livro é uma colectânea de alguns dos seus posts, (de rir e chorar por mais). Quem não conhece o blog, aconselho desde já que faça o favor de o consultar regularmente, não só poupa a compra de um provável próximo livro (ups, aqui vou decerto levar uma dentada), como tem acesso a um permanente refinado bom humor nas abordagens a cenas do quotidiano, contribuindo para a sanidade mental de todos os que o lêem.
Este livro, constitui, em minha opinião, uma reflexão humorística sobre a nossa condição de civilização humana, onde o humor funciona como eixo de reflexão aos temas abordados. O humor funciona paralelamente como diversão, mas também como estimulador da massa encefálica pela capacidade de inteligência que nos faz rir de nós próprios, se soubermos captar onde está a piada, claro está, e, sobretudo, o "cerne" da questão. Concluindo, é um espécime muito inteligente este "amigo do homem".
Mas aconselho a que não o leiam nos transportes públicos, locais desconhecidos ou acompanhados por estranhos… Podem correr o risco de vos catalogar como “tontos, sem tino” quando vos virem a rir, agarrados ao livro… Acreditem em mim… Não fosse a minha família conhecer-me bem, em certos momentos, colocaram a hipótese se eu tinha contraído alguma espécie de vírus e que precisava de ajuda médica! E como diz o Rafeiro: até sempre!!
PS – Só posso dizer que adorei. Estou ansiosa por ler o segundo best-seller. (Já começei!!)
De seguida podem ler um pequeno excerto: (sempre poupam alguns cêntimos...), porque atenção, agora têm mesmo que comprar o livro, porque os posts... agora nem sombra...estão todos no livro. Ai pois é, queriam...
EC
Um destes dias, ia eu a caminho de casa, estoirado por mais um extenuante dia de trabalho (desculpem lá o exagero mas a minha chefe pode ler isto), aconcheguei-me no meu banquinho do comboio e preparei-me para fazer o meu Sudoku diário. Ainda estava na fase de tentar perceber o esquema da coisa quando a minha concentração foi totalmente aniquilada pela frase: "Então eu tipo fui ver o que ele, naquela, tinha feito e ele tipo disfarçou!"
A autora desta brilhante frase foi uma adolescente, acompanhada por duas amigas (igualmente adolescentes, não esse outro tipo de amigas), devendo andar todas na casa das 15 ou 16 primaveras.
A verborreia de "tipos" e "naquelas" que se seguiu foi tal que tive de largar o meu passatempo e instintivamente comecei uma heróica contagem de quantos tipos eram mencionados. Dezasseis minutos e 3 blocos A4 depois, e quando já me preparava para começar a escrever a contagem nos bancos e paredes do comboio, a conversa terminou (saíram antes de mim) sem que eu conseguisse perceber minimamente de que raio de assunto é que elas estavam a falar! Só sei que metia muitos tipos, o que na idade delas até pode ser considerado normal.
Não me interpretem mal, eu estava completamente a evacuar para o assunto, pois há muito tempo que perdi a esperança de ouvir uma conversa inteligente ou interessante sair da boca de teenagers borbulhentos, mas há assim tanta necessidade de meter um "tipo" antes de cada palavra? Um tipo fica tipo confuso, estão tipo a perceber?
Adolescentes e outras espécies em desenvolvimento, peço-vos encarecidamente: pelo menos quando estiverem humanos nas redondezas, deixem o tipo em paz e tentem falar normalmente. Vão ver que não é assim tão difícil e as vossas conversas até poderão começar a fazer sentido!
Até tipo sempre,
Rafeiro tipo Perfumado
(2006/Agosto/13)
7 comentários:
"Uma reflexão humorística sobre a nossa condição de civilização humana, onde o humor funciona como eixo de reflexão aos temas abordados". Onde estavas tu quando precisei de escrever o prefácio?!?
Muito obrigado pela critica, e sem direito a dentada. Algo que tenho tentado é libertar o rafeiro do blog, pelo que a quantidade de textos que passam a livro é cada vez menor. Beijoca e fico muito contente que tenhas gostado!
E fico à espera da crítica ao segundo!
Valeu mais essa dica!
gostei
Silva
Rafeiro: Onde estava eu quando escrevestes o prefácio, não sei, mas podes sempre contar para uma próxima....:)
O segundo é já a seguir...quase, quase...Bjs
Rosa Carioca:
Grata pela visita. Apareça sempre!!
Leia que vale a pena!!
Sr. Silva!!!!!!
E vivam as tecnologias!!
Bjs
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