sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal e Bom Ano 2012


Mais afastada deste meu espaço de partilha, em virtude de algum tempo dedicado ao facebook não posso contudo deixar de desejar aos que me visitam um Feliz Natal e um Ano 2012 mais inclusivo.
Apesar de muitos obstáculos é possivel aproveitar cada momento da vida. Porque ela é única... Mas claro, isso é o meu ponto de vista...



segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

As cores das Flores...

Uma preciosidade que se pode ver no you tube:
Uma criança cega precisa escrever uma redação sobre as cores das flores. O vídeo mostra o desafio do menino para conseguir cumprir a tarefa. A tradução para o português foi feita para o blog "Assim como Você", de Jairo Marques.


http://www.youtube.com/watch?v=s6NNOeiQpPM

terça-feira, 15 de novembro de 2011

2.º Congresso Internacional Pin-ANDEE: “Derrubar Barreiras. Facilitar Percursos”,

A Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial, realizou de 28 e 29 de Outubro o Segundo Congresso Internacional subordinado ao tema “Derrubar Barreiras. Facilitar Percursos”, com a presença de alguns dos mais proeminentes académicos e investigadores nacionais e internacionais. Os cerca de 300 participantes, na sua maioria professores desta área, debateram temas actuais relacionados com a Educação Especial e Inclusiva, nomeadamente Políticas, Educação de crianças e jovens com NEE, Equidade. Qualidade de vida, Identidade Profissional dos Docentes de Educação Especial, Centros de Recursos, Transição para a Vida Adulta, Investigação, Articulação entre Serviços, o Papel dos Pais, Intervenção Precoce e Unidades de Ensino Estruturado e Especializadas, entre outros.


Da riqueza dos debates e das comunicações apresentadas, elaborou-se o seguinte documento que foi aprovado na sessão de encerramento do Congresso:
 
CONCLUSÕES


 

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A Educação Inclusiva (EI) continua a ser um conceito que se mantém na ordem do dia continuando a apresentar-se como suporte indispensável na definição das políticas e na implementação das práticas. Nestas transformações há que ter em conta que os modelos a usar devem primar pela flexibilidade, evitando aplicações “cegas” a realidades necessariamente diferenciadas e valorizando-se a especificidade cultural, o sistema de valores e as forças de mudança que muitas vezes já existem no seio das comunidades educativas. As mudanças devem partir de uma análise das situações concretas.


MUDANÇA NAS POLÍTICAS

 

Não é só a escola que deve mudar, também as autoridades locais e nacionais necessitam de operar mudanças significativas nas políticas. Não se pode organizar o ensino sem se definir claramente os objectivos e avaliar as lideranças de forma clara e consistente. A generalização da EI em termos nacionais e internacionais torna pertinente clarificar o conceito e a sua operacionalização ao nível central e local. Para qualificarmos a EI, há que planificar de forma fundamentada e clara através de avaliações consequentes. Essa avaliação faz parte de uma prática corrente dessa mesma mudança. A inclusão não se restringe ao interior da escola, envolve também um sistema político que saiba projectar e avaliar as mudanças nos momentos próprios e não apenas no âmbito dos calendários eleitorais. Saber manter uma política sistemática e continuada de consenso nacional é muito importante para que as transformações positivas na escola possam ocorrer de forma efectiva e sustentada, pois elas são necessariamente lentas.


O respeito pela autonomia das escolas e dos professores, não deve inibir as entidades governamentais de enquadrar e coordenar a implementação de políticas em termos locais, de forma a promover a equidade e facilitar os processos de interpretação, que cada interveniente faz das políticas emanadas.


Decorrente dos resultados de vários estudos que avaliaram a aplicação do Dec.Lei 3/2008 torna-se necessária a sua melhoria, tendo em conta as diferentes perspectivas já conhecidas, bem como os resultados da investigação actual.

EQUIDADE

É sempre necessário desafiar o conceito de EI e ir mais além centrando a questão na vertente da “equidade”, de modo a que os alunos com NEE sejam tratados com justiça e tenham igualdade de acesso e de participação efectiva na aprendizagem e em toda a vida escolar.


Deveremos colocar hoje a questão se os nossos alunos estão a ser tratados de forma justa no seu processo de inclusão. Torna-se por isso imperioso que a avaliação das melhorias, não tenham apenas em conta os resultados académicos, mas também de como as escolas contribuem de forma qualitativa para o sucesso e equidade das populações mais vulneráveis no seu seio.


COLABORAÇÃO
Continua a ser consensual como uma das peças chave da EI, a “colaboração”, não apenas dentro da própria escola entre alunos e entre professores, mas também numa perspectiva de colaboração entre escolas e entre as escolas e a comunidade, evitando possíveis assimetrias.

Fica o desafio: é imperiosa a colaboração nas escolas, entre as escolas e para além das escolas.

Para promover a EI com equidade é importante que as escolas possam aprender entre si e sem exceção de forma a não decalcar no sistema de ensino, o ciclo de desigualdades de uma sociedade hierarquizada.


QUALIDADE DE VIDA

Da mesma forma deveremos insistir no conceito de “qualidade de vida”. Neste contexto a qualidade de vida, determina processos de interacção social, de lazer, de autonomia de autodeterminação e de liberdade individual. No desenvolvimento dos projectos de vida dos alunos deverá existir um equilíbrio entre uma vertente académica, do currículo e o desenvolvimento formal e sistemático de competências que promovam a qualidade de vida em termos mais globais.

ARTICULAÇÃO ENTRE SERVIÇOS

Emerge a necessidade de uma articulação entre serviços e entre entidades locais e governamentais. A melhoria da qualidade educativa exige o envolvimento de todos os sectores sociais e políticos. Essa necessidade tem-se manifestado mais no serviço de intervenção precoce, mas também em todos os processos de melhoria nas escolas portuguesas. Como exemplo: a implementação da CIF, onde as dificuldades de articulação entre os serviços foram (e continuam a ser) verdadeiramente sentidas.

CIF
A utilização da CIF cinge-se ao processo de classificação, cuja aplicação dos quantificadores fica ao livre arbítrio dos aplicadores, dado não existirem instrumentos de avaliação educacional com correspondência directa aos quantificadores. A aplicação da CIF em Portugal, quer na educação, quer na saúde, é sentida como um instrumento inadequado a uma avaliação compreensiva das necessidades educativas dos alunos. O acesso a medidas de apoio, ou a serviços, não deve depender da classificação das incapacidades, mas sim da necessidade que o aluno tem em beneficiar dos apoios. A prevalência dos critérios médicos sobre os critérios educacionais deverá ser definitivamente repensada em Portugal, dado que contraria a perspectiva de EI e de Necessidades Educativas Especiais.

CRI

A forma de funcionamento das equipas multidisciplinares dos CRI deveria ter como princípio um apoio a toda a escola, inclusivamente pais e professores. Não foi valorizada a eficácia de quantificadores, como a quantidade de apoios terapêuticos individuais, em detrimento do desejável reforço da articulação e do suporte à acção dos agentes educativos.
 
Numa perspectiva de articulação de serviços, a implementação dos CRI, continua a ser uma medida a necessitar de reavaliação. Dado que existem muitas outras entidades que poderiam constituir-se em recursos para a inclusão, inclusivamente as próprias escolas do ensino regular.
 
Este programa carece de uma avaliação que possibilite que os CRI vão ao encontro das necessidades das escolas de forma articulada, centrando este processo na escola do ensino regular como local de construção da EI.


PAIS

Os pais são uma força fundamental para as transformações qualitativas no sistema e na melhoria dos processos de inclusão nas escolas. É desejável a participação activa dos pais no diagnóstico, planificação e no encontrar de soluções para os problemas, devendo fazer parte dos processos de decisão. A sua participação é reconhecida e valorizada neste processo. São desejáveis processos e programas de articulação entre os pais e os profissionais a vários níveis.


TVA

Numa altura em que a escolaridade básica é de 12 anos, há muito a clarificar e definir no âmbito da Transição para a Vida Activa. Sendo uma área fundamental, continua a não haver uma articulação e uma envolvência de entidades e recursos de toda a sociedade. Ficou a preocupação destes processos poderem não ter consequências, devido à ausência de uma planificações e de orientações e recursos que contemplem esta nova realidade.


LIDERANÇA

O sucesso da inclusão depende, em grande medida, das equipas de direcção e do seu envolvimento nos processos de melhoria no sistema educativo. Uma liderança eficaz foi reconhecida como fundamental na implementação de uma EI.

PROFESSORES

Os professores e em particular os Professores de Educação Especial, são elementos fundamentais e centrais para o desenvolvimento de uma escola que tenha como meta a equidade e a igualdade de oportunidades. Para que seja cumprido o direito a uma educação socialmente justa para todos os alunos é necessário o concurso de variados técnicos mas não deve ser esquecido o papel central do professor, profissional articulador de todos estes apoios e com um papel imprescindível na discussão e desenvolvimento de qualquer solução de escolarização e educação.

No final, os participantes do congresso reiteraram a importância de continuarmos a olhar a EI no âmbito do respeito pelos direitos humanos, no quadro da equidade educativa.

As crianças e jovens com NEE devem ver garantidos os seus direitos de participação em igualdade de oportunidades em todos os sectores da sociedade,

Estando todos mobilizados para derrubar barreiras e facilitar percursos.


In: 1ª newsletter do mês de novembro da Associação Nacional de Docentes de Educação Especial


domingo, 16 de outubro de 2011

Para refletir...

"O mundo não nasceu connosco. Essa ligeira ilusão é mais um sinal da imperfeição que nos cobre os sentidos. Chegámos num dia que não recordamos, mas que celebramos anualmente; depois, pouco a pouco, a neblina foi-se desfazendo nos objectos até que, por fim, conseguimos reconhecer-nos ao espelho. Nessa idade, não sabíamos o suficiente para percebermos que não sabíamos nada. Foi então que chegaram os professores. Traziam todo o conhecimento do mundo que nos antecedeu. Lançaram-se na tarefa de nos actualizar com o presente da nossa espécie e da nossa civilização. Essa tarefa, sabemo-lo hoje, é infinita.
O material que é trabalhado pelos professores não pode ser quantificado. Não há números ou casas decimais com suficiente precisão para medi-lo. A falta de quantificação não é culpa dos assuntos inquantificáveis, é culpa do nosso desejo de quantificar tudo. Os professores não vendem o material que trabalham, oferecem-no. Nós, com o tempo, com os anos, com a distância entre nós e nós, somos levados a acreditar que aquilo que os professores nos deram nos pertenceu desde sempre. Mais do que acharmos que esse material é nosso, achamos que nós próprios somos esse material. Por ironia ou capricho, é nesse momento que o trabalho dos professores se efectiva. O trabalho dos professores é a generosidade.
Basta um esforço mínimo da memória, basta um plim pequenino de gratidão para nos apercebermos do quanto devemos aos professores. Devemos-lhes muito daquilo que somos, devemos-lhes muito de tudo. Há algo de definitivo e eterno nessa missão, nesse verbo que é transmitido de geração em geração, ensinado. Com as suas pastas de professores, os seus blazers, os seus Ford Fiesta com cadeirinha para os filhos no banco de trás, os professores de hoje são iguais de ontem. O acto que praticam é igual ao que foi exercido por outros professores, com outros penteados, que existiram há séculos ou há décadas. O conhecimento que enche as páginas dos manuais aumentou e mudou, mas a essência daquilo que os professores fazem mantém-se. Essência, essa palavra que os professores recordam ciclicamente, essa mesma palavra que tendemos a esquecer.
Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios, contra o nosso futuro. Resistindo, os professores, pela sua prática, são os guardiões da esperança. Vemo-los a dar forma e sentido à esperança de crianças e de jovens, aceitamos essa evidência, mas falhamos perceber que são também eles que mantêm viva a esperança de que todos necessitamos para existir, para respirar, para estarmos vivos. Ai da sociedade que perdeu a esperança. Quem não tem esperança não está vivo. Mesmo que ainda respire, já morreu.
Envergonhem-se aqueles que dizem ter perdido a esperança. Envergonhem-se aqueles que dizem que não vale a pena lutar. Quando as dificuldades são maiores é quando o esforço para ultrapassá-las deve ser mais intenso. Sabemos que estamos aqui, o sangue atravessa-nos o corpo. Nascemos num dia em que quase nos pareceu ter nascido o mundo inteiro. Temos a graça de uma voz, podemos usá-la para exprimir todo o entendimento do que significa estar aqui, nesta posição. Em anos de aulas teóricas, aulas práticas, no laboratório, no ginásio, em visitas de estudo, sumários escritos no quadro no início da aula, os professores ensinaram-nos que existe vida para lá das certezas rígidas, opacas, que nos queiram apresentar. Se desligarmos a televisão por um instante, chegaremos facilmente à conclusão que, como nas aulas de matemática ou de filosofia, não há problemas que disponham de uma única solução. Da mesma maneira, não há fatalidades que não possam ser questionadas. É ao fazê-lo que se pensa e se encontra soluções.
Recusar a educação é recusar o desenvolvimento.
Se nos conseguirem convencer a desistir de deixar um mundo melhor do que aquele que encontrámos, o erro não será tanto daqueles que forem capazes de nos roubar uma aspiração tão fundamental, o erro primeiro será nosso por termos deixado que nos roubem a capacidade de sonhar, a ambição, metade da humanidade que recebemos dos nossos pais e dos nossos avós. Mas espero que não, acredito que não, não esquecemos a lição que aprendemos e que continuamos a aprender todos os dias com os professores. Tenho esperança."
José Luís Peixoto, revista Visão de 13 de Outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Les Meckinguipes em: A música portuguesa a gostar dela própria

"Les Meckinguipes" = 2 pessoas que tocam de modo rústico. Se calhar até chegam mesmo a tocar MAL, não são obviamente nenhuns prodígios em nenhum instrumento, e certamente nunca o serão senão estudarem os métodos clássicos em escolas para músicos de verdade. Contudo pensam mesmo que fazem alguma coisa mais ou menos audível, sendo clara e unicamente, sempre pouco musical. Gente como esta não conseguirá obviamente chegar a lado nenhum. Coisas de gente rude, que toca e canta, igualmente (de forma) rude!
Apesar de tudo, têem conseguido levar o seu barulho a diversos locais, como o festival Paredes de Coura ’11, entre outros.
Munidos de Guitarra Portuguesa (com efeitos), Bateria, Vozes e Teclados, esta gente assustadora, já lançou 2 EP’s (para download gratuito): “RUDE:GENTE” e “Arca Arcaica”, e prepara-se para lancer um album rude brevemente.
com amor... Les Meckinguipes!
Les Meckinguipes desta vez estiveram no CCB, junto a Escultura Habitável do Artista Miguel Arruda para a gravaçãode três videos para http://amusicaportuguesa.blogspot.com/search/label/LES%20MECKINGUIPES
·         PROJECTO 259 Gravado a 5 de Outubro de 2011, no Jardim das Oliveiras no CCB.

         Realização: Mariana Rodrigues Som: Márcia Sousa Canon 5D Beyer Dynamic
        

Doce Ambar
 Entender oportuno

Les Meckinguipes - Branca Lua from MPAGDP on Vimeo.

 Branca Lua

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Dia Mundial do Professor


5 de Outubro 2011

Dia Mundial do Professor

1.       A Educação é uma área de grande centralidade no mundo moderno: encontra-se intimamente ligada aos projectos do mundo em que vivemos: do desenvolvimento sustentável à erradicação da pobreza, da ecologia à melhoria ética e humanística das sociedades.

2.       A Educação pode ser também o factor decisivo de promoção da equidade e da diminuição das desigualdades. Um bom sistema educativo permite que as diferenças que existem entre as pessoas não se tornem factores de desigualdade mas sim factores de enriquecimento e de promoção de todos.

3.       Os professores são elementos decisivos para o sucesso educativo. Não os únicos mas sim imprescindíveis. Isto não significa que os professores sejam profissionais perfeitos: a profissão de professor é um permanente desafio, uma constante adaptação a realidades, também elas, a mudarem mais rápido do que alguma vez mudaram.

4.       A profissão de professor implica uma permanente actualização, uma constante disponibilidade para ensinar uma e outra vez, de uma maneira e de outra, para que se possa suscitar a aprendizagem dos alunos. Uma aprendizagem não só ao longo da vida mas também a toda a largura da vida do aluno, isto é, um processo que abarque todos os domínios da sua personalidade.

5.       Trata-se, assim, de uma profissão que implica um elevado desgaste mas que tem igualmente um grande potencial de proporcionar uma vida profissional plena e cheia de pequenos (e por vezes indeléveis) sucessos.

6.       Os professores vivem neste Outubro de 2011 em Portugal, condições difíceis: as condições económicas do país conduziram a restrições na Educação que implicaram despedimentos e redução do número de professores, condições que limitam os recursos para a Educação e que, enfim tornam ainda mais difícil a sua já difícil missão.

7.       Neste dia 5 de Outubro, Dia Internacional do Professor proclamado pela UNESCO, queremos saudar todos os professores portugueses e agradecer-lhes todo o seu profissionalismo. Foram eles certamente os profissionais que mais contribuíram para que hoje Portugal possa ter ao nível da Educação níveis quantitativos e qualitativos similares aos dos restantes países parceiros da União Europeia.

8.       Queremos enquanto Associação Nacional de Docentes de Educação Especial saudar hoje e em particular todos os docentes de Educação Especial. Nestes profissionais colocam milhares de famílias a sua fundada confiança para a educação dos seus filhos. Queremos renovar com todos professores, e em particular com os docentes de Educação Especial, o nosso compromisso de contribuir para dignificar a profissão. Sabemos que o aprofundamento das competências profissionais e a dignificação da profissão dos professores de Educação Especial são as vias seguras para continuar a construir uma escola e uma sociedade inclusiva, para melhorar a qualidade da Educação e dar um futuro de cidadania aos alunos que, para mostrarem o que valem, necessitam de dispor de respostas educativas específicas.



A Direcção da Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Lançamento do livro "A MINHA SALA DE AULA É UMA TRINCHEIRA", de Bárbara Wong

Lançamento do livro "A MINHA SALA DE AULA É UMA TRINCHEIRA", de Bárbara Wong, Esfera dos Livros. A apresentação ficará a cargo de David Justino e Paulo Guinote. O evento realizar-se-á no dia 14 de Setembro, pelas 18h30m, na livraria Leya na CE Buchholz, Rua Duque de Palmela, 4, em Lisboa.
«Este livro de Bárbara Wong sobre algumas ideias feitas acerca dos professores, lança sobre eles, sobre o exercício da docência e sobre o quotidiano das escolas e salas de aula, um conjunto de olhares que vai oscilando entre os que partem de dentro do grupo profissional a que pertenço (…) e aqueles que sobre ele são construídos a partir de fora, seja a partir dos seus alunos, seja das suas famílias. E alguns desses olhares que são lançados sobre os professores e as suas práticas revelam-se desapiedados, (…).» Paulo Guinote, in Prefácio.
Qualquer um vai para professor. Os professores não sabem ensinar, na realidade não se preocupam com os alunos. Têm uma boa vida, estão sempre de férias. Não querem ser avaliados. Os pais indignam-se. Como é possível que haja miúdos a falar ao telemóvel dentro da sala de aula? O meu filho não bateu no professor! Bárbara Wong, jornalista com vários anos dedicados à área da Educação, falou com professores, pais e estudantes de todo o país para conhecer as suas histórias. O resultado é este livro perturbador que nos conta o que verdadeiramente se passa na sala de aula dos nossos filhos. Sem tentar desculpabilizar ou demitir os professores das suas funções, porque, como em todas as profissões, há bons e maus profissionais. Mas pondo o dedo na ferida. Ao longo destas páginas vamos conhecer Jonas, que trabalhou até ao último dia da sua vida com um cancro na língua, depois de várias juntas médicas e recusas de reforma, Adriana, que foi agredida por uma mãe por ter proibido o aluno de atender o telefone na sala, etc.
A autora: Bárbara Wong
Licenciou-se em Comunicação Social na Universidade Católica Portuguesa. Estagiou na Rádio Renascença e no Público, jornal onde exerce a sua atividade profissional, atualmente como editora. Ganhou o prémio de jornalismo A Família na Comunicação Social em 2005. Participa frequentemente em conferências sobre Educação e Família. A Escola Ideal foi o seu primeiro livro, dedicado aos principais temas da Educação. É coautora do blogue educaremportugues.
A Educação é um tema que desperta paixões. De um lado os professores, do outro os pais e os alunos. No meio, as salas de aula transformam-se em verdadeiros campos de batalha.

-Bárbara Wong, jornalista, dedicada à área da Educação, falou com professores, pais e estudantes de todo o país para conhecer as suas histórias e traz-nos um livro perturbador que nos conta o que verdadeiramente se passa na sala de aula dos nossos filhos.

-Histórias reais que nos permitem refletir sobre o papel de cada um de nós na Educação.

-Prefácio Paulo Guinote.
Mais informações em:
LEYA NA CE BUCHHOLZ
Rua Duque de Palmela, 4 – Lisboa

Conferência de António Damásio

No momento em que é publicada uma edição revista e actualizada de O Erro de Descartes (Temas e Debates/Círculo de Leitores), António Damásio vem a Portugal no dia 21 de Setembro para ser distinguido com o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Coimbra, cerimónia após a qual se seguirá uma conferência, proferida em conjunto com Hanna Damásio, intitulada «Brain, Mind and Feeling», no anfiteatro da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. Começa às 16h30. A entrada é livre.
in: LER

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

3 anos de blog

Este mês este blog completa três anos de existência. Da timidez dos primeiros passos à descoberta de novos caminhos foi feito um percurso de crescimento.
Ainda de tenra idade tem, assim espero, um caminho a percorrer.
(Foto de EC)
A todos o que o visitam, que nele comentam ou simplesmente dão uma olhada o meu muito obrigada por poder ser uma porta de entrada neste espaço virtual.
EC

U2 - Magnificent



Com votos de um ano lectivo Magnifico a todos aqueles que abraçam a profissão e que acreditam que podem fazer no seu dia a dia a diferença com cada aluno que se envolvem.
EC

Uma em cada quatro crianças tem problemas de visão

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) revelou esta terça-feira que uma em cada quatro crianças em idade escolar tem problemas de visão.


Nas contas da SPO, cerca de 20 por cento das crianças em idade escolar têm algum défice da função visual, pelo que defende a realização de rastreios a partir dos três ou quatro anos.

Augusto Magalhães, oftalmologista pediátrico do Hospital de São João e membro da SPO diz que "as doenças dos olhos que mais afectam as crianças são os erros refractivos (miopia, hipermetropia e astigmatismo), a ambliopia e o estrabismo".

"Estima-se que cerca de 20 por cento das crianças em idade escolar tenham algum défice de função visual provocado por uma destas patologias ou outras menos frequentes, que acabam por interferir com o rendimento escolar", frisa.

Segundo o especialista, um dos sinais mais habituais de problemas na visão é "a dificuldade na leitura".

A lentidão ou rejeição das tarefas que exigem esforço visual, o fechar ou tapar um dos olhos e os erros a copiar do quadro são outros sinais de alerta. Dores de cabeça, náuseas, olhos vermelhos, inchados ou lacrimejantes, estrabismo e fotofobia (dificuldade em suportar a luz) "são sintomas que não podem ser ignorados e devem levar os pais a procurar um oftalmologista", defende.

Augusto Magalhães considera que é fundamental realizar um primeiro rastreio por volta dos três ou quatro anos, porque nesta idade a criança já colabora minimamente e o procedimento acaba por ter uma boa relação preço-eficácia. No entanto, sustenta, "do ponto de vista médico é preferível rastrear mais cedo".

A forma como a utilização de computadores e outros dispositivos electrónicos podem influenciar a visão é uma questão que preocupa muitos pais, mas Augusto Magalhães desmistifica a ideia e explica que "não existem estudos científicos que comprovem a ideia de que os computadores provocam e/ou aumentam a miopia".

"O único prejuízo - segundo o oftalmologista pediátrico - é o cansaço visual sentido após o uso prolongado e ininterrupto destes dispositivos electrónicos" pelo que recomenda que "a utilização seja alternada com períodos de descanso".

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O Menino de Cabul

                                                                 
  


Um colega falou-me deste livro que acabou por me emprestar, ficando este à espera de ser lido num espaço reservado aos livros emprestados.
Tendo por defeito, andar sempre com um livro na mala, peguei nele inúmeras vezes, mas o seu volume (336 páginas) impediu que em muitas circunstâncias o levasse comigo. Também é verdade que existe sempre outros livros à espera de serem lidos, colocados na prateleira de livros comprados. Tenho uma irresistível tendência para comprar mais livros do que aqueles que efectivamente consigo ler, mas mantenho a esperança convicta que vão ser lidos algum dia!
Em período de férias levei-o comigo. É uma época em que alivio consideravelmente as prateleiras anteriormente citadas.
“O Menino de Cabul” é um livro que me deu imenso prazer de ler, que me deixou presa da primeira à última página, não aquele prazer simples e agradável de uma leitura tranquila, antes pelo contrário, pela narrativa escrita de forma arrebatadora e dilacerante, com o autor a fugir a clichés e a lugares comuns, mas a não evitá-los se for caso disso, constantemente alterada com sucessivas reviravoltas inesperadas e, na sua maioria, quase sempre perturbadoras, onde a evocação das emoções à provocação do leitor são uma constante. 
O menino de Cabul não conta simplesmente a vida de um, mas de dois rapazes, Amir e Hassan. Crianças como tantas outras, retrato de um emaranhado familiar e de um enredo de amizade à mistura com falsidades e traições, acentuadas por injustas relações sociais.
O personagem principal, Amir, filho de Baba, patriarca e homem da sociedade, perdeu a mãe no momento do nascimento. Hassan é filho do criado da casa de Baba, e, para além de amigo de Amir, é também seu criado.
A história de vida destes dois rapazes (que brincam juntos, apesar da posição social que os separa, subindo às árvores, jogando às cartas e fazendo voar papagaios) é a de uma aparente amizade vulgar, que um acto de Assef e a reacção cobarde de Amir interrompe. Tal como é interrompida a normalidade da vida de um país afectado pela desumanidade da guerra.
A metáfora do papagaio, utilizada no título original “Kite Runner” remete-nos para a mutação de uma cidade como cenário deste enredo, ao longo de vários anos. Cabul de 1978, com o céu pintado de papagaios de papel lançados pelas crianças, reflexo de uma cidade repleta de vida, alegria animação e cor. Contrastando com a que Amir encontra, quando, vinte anos mais tarde, lá regressa. Uma cidade lamacenta, amedrontada, cuja alegria dos papagaios foi proibida e onde se assiste a julgamentos e apedrejamentos no intervalo de um jogo de futebol.
Neste livro de Khaled Hosseini, publicado em 2003, o fantástico enredo e o testemunho histórico tem no voo do papagaio de papel a alegoria à liberdade. Liberdade, porém não duradoura, quer num país que se transforma, dominado pela guerra, quer na revelação dos sentidos, do personagem principal, através de uma história contada em “flashback”, uma viagem de regresso ao passado, ao remorso e à expiação dos pecados. Uma revelação emocional, nascida do remorso persistente da personagem principal, sobre o cenário que é, em si, outro enredo: o da mutação de um país e de um povo. 
Tal como referido no livro, "A vida é um comboio... Não o percas!" Este livro fala de uma viagem de uma vida e como cada um de nós com as nossas acções podemos condicionar a nossa vida e a dos outros.
O autor explica, em dado momento no seu livro, que os Americanos detestam que se lhes conte o fim das histórias, referindo-se a um episódio em que conta a um desconhecido, num clube de vídeo, o fim do filme “ Os sete magníficos”.
Seguindo este pensamento também não vou contar o final da história. Posso até incorrer em dizer alguma mentira e “Quando dizemos uma mentira, roubamos a alguém o direito à verdade."pg.26
Posso só referir o meu ponto de vista e dizer que é uma história inesquecível sobre a amizade, a culpa, a mentira, os erros e a sua redenção, (“Nunca é tarde para acertar as contas”- pg.211), sobre o amor e o ódio, a coragem, a lealdade, a passagem inexorável do tempo e as ligações e saudades da terra natal.
Sem dúvida que considero uma obra comovente e poética que apela à ética humana e à ideologia de liberdade mas que evidencia precisamente esse contraste e fragilidade da civilização humana que através de convicções politicas e religiosas, impedem essa mesma dignidade e liberdade humana de poder soar mais alto…
EC

XII Encontro Nacional da APEI




O XII Encontro Nacional da APEI, realizou-se nos dias 8 e 9 de Julho de 2011, na Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa, em colaboração com a Escola Superior de Educação de Lisboa, com a temática Intencionalidade Educativa e Reflexividade.

Durante a sessão de abertura, na parte da manhã de dia 8 de Julho, Lúcia Santos, presidente da APEI, fez o enfoque no que já foi feito em educação de infância e todo um percurso que está para fazer.

Cristina Loureiro, da Escola Superior de Educação de Lisboa, abordou o estudo do PISA (Programme for International Student Assessment), na avaliação conjunta dos resultados apresentados por Portugal numa significativa evolução, factor consequente da importância do pré-escolar no seu alargamento e reforço, anos que se proclamam decisivos para o desenvolvimento da criança. Factores que constituem, sem dúvida, a repercussão nos resultados actuais. Como pontos de reflexão: continuidade do trabalho conjunto já realizado, melhor tempo de trabalho, conciliando este, com as orientações politicas.

Edmundo Martinho, do Instituto da Segurança Social, deixou um repto de que a resposta dada em creche não deve ser vista só no cariz assistencial defraudando a importância pedagógica. Este foco deve ir além da importância do carácter assistencial.

Ainda no final deste painel, Lúcia Santos, salientou a importância da recomendação n.º 3/2011, referente à Educação dos 0 aos 3 anos realizado por Teresa Vasconcelos conselheira do Conselho Nacional de Educação.


No painel seguinte, Maria João Cardona, enquanto moderadora, relembrou uma vez mais o papel interventivo de Teresa Vasconcelos em 1997, (relembre-se a realização das OCEPE), o seu contributo na APEI e os seus artigos publicados.

A ausência de Alexandra Marques, em representação da DGIDC, alterou este painel, tendo Teresa Vasconcelos, apresentado a referida recomendação do CNE. Esta felicitou a APEI pelos seus 30 anos em estado de maturidade. Homenageou também Maria José Nogueira Pinto a quem dedicou a sua apresentação pela dedicação dada no CNE.

Desejando que as crianças possam voar e ter futuro, a prelectora, referiu que só se pode conceber a educação dos 0 aos 3 anos como direito e não apenas como necessidade social. O valor intrínseco desta resposta enquanto estrutura educativa exige uma educação de qualidade como modo de colmatar desigualdades sociais. Enalteceu a importância da família na sua diversidade, como comunidade de afectos e como parceiros competentes e envolvidos nos projectos educativos dos estabelecimentos. Salientou que as crianças são um bem precioso mas que não devem ser tratadas como “pequenos lordes” numa alusão artística da obra de Ana Vidigal.

Referiu a configuração do papel do estado e a necessidade de trabalho de projecto em âmbito de creche, reforçando a importância do brincar que a intencionalidade educativa não pode esquecer, aludindo ao princípio da frugalidade numa sociedade cada vez mais consumista.

Foi também salientado a necessidade do reconhecimento do trabalho das educadoras em creche como docência, bem como a parceria entre profissionais e serviços no superior interesse da criança num investimento necessário para a qualidade da inclusão e a eficácia da intervenção em crianças de risco.

Lembrou o contributo da neurociência e da investigação que referem a importância do estímulo e das orientações pedagógicas e reforçou a importância do direito à palavra das crianças.

Terminou com uma referência a José Tolentino de Mendonça: “O mistério está todo na infância: é preciso que o homem siga o que há de mais luminoso à maneira da criança futura”.

Ana Bettencourt abordou o relatório e as referidas recomendações já apresentadas por Teresa Vasconcelos, salientando os princípios de uma escola inclusiva onde todos devem ter acesso, com recurso aos apoios necessários. Um ponto referido como crucial, foi o evitar de acumulação das dificuldades, desse modo, a escola deixa de se centrar no acto de ensinar para se centrar na organização e planeamento.

Mencionou a necessidade de pais qualificados numa necessidade generalizada da população portuguesa e a influência dos pais terem um projecto académico para perceberem melhor a actividade escolar dos filhos, bem como a um aumento significativo da literacia.

Na segunda parte deste dia, Júlia Formosinho, referiu a qualidade enquanto instância primeira para a equidade. Salientou que diferentes programas produzem efeitos positivos e o impacto destes variam em amplitude e persistência consoante a qualidade do programa. Currículos bem desenhados têm efeitos de longo prazo no sucesso escolar.

John Siraj-Blatchford, referiu a justiça social na oportunidade e equidade no trabalho, questionando, se existe realmente a igualdade de direitos.

As práticas educativas na Educação de Infância e o envolvimento familiar na aprendizagem das crianças têm efeito no desenvolvimento de crianças e famílias. O modo como os intervenientes no processo educativo, trabalham em conjunto de forma intelectual, de modo a resolverem problemas, planificando, e dialogando contribuem para o pensamento e o desenvolvimento profissional. Referiu uma pedagogia efectiva em educação pré-escolar que se apropria da linguagem, valores e práticas em crianças pequenas, não esquecendo a escolha livre com potencial nas actividades desenvolvidas que devem ser diferenciadas e diversificadas, sempre em intercâmbio regular com as famílias

Em suma investir no acesso das crianças é uma aposta na qualidade das famílias.

Seguidamente foram apresentados os posters, que se pautaram diversificados, quer na temática como na apresentação dos mesmos.

Nas sessões paralelas a minha escolha recaiu sobre Práticas de Avaliação — Sistema de Acompanhamento da Criança (SAC) e Escala de Bem-estar Emocional, apresentado por Gabriela Portugal

A escolha relaciona-se com o facto de já ter lido o livro e querer na prática perceber melhor a sua utilização e eficácia da mesma, considerando ser crucial conhecer e saber utilizar os procedimentos diversificados de observação registo e avaliação dos seus processos e efeitos.

Esta prática de avaliação conta com a construção de um instrumento (resultante de um projecto de investigação realizado na Universidade de Aveiro, no âmbito da supervisão pedagógica) ajustado à realidade portuguesa com base nos normativos portugueses, tendo como base de inspiração os instrumentos da avaliação belga e trabalhos desenvolvidos da autoria de Ferre Laevers. Este sistema assenta na base de um ciclo contínuo de observação, avaliação, reflexão e acção, focalizado nos níveis de bem-estar e de implicação, organização do ambiente educativo, aprendizagem e desenvolvimento das crianças.

A apresentação da oradora abordou quatro pontos:

1- Enquadramento oficial da avaliação em educação pré-escolar

Neste ponto foram referidas as OCEPE, o perfil de educador de infância, a Circular nº.: 4 /DGIDC/DSDC/2011 (avaliação em Educação pré-escolar) e a gestão do currículo,( Gestão do Currículo na Educação Pré-Escolar – Circular nº 17/DSDC/DEPEB/2007).

2- Enquadramento conceptual do SAC na educação experencial

Perspectiva geral sobre abordagem experiencial em Educação Pré-Escolar; abordagens da qualidade (focalizadas no contexto, nos processos e nos resultados); Implicação e bem-estar emocional como indicadores de qualidade; escalas de avaliação de implicação e bem-estar (análise processual); Estilo do adulto (dimensões estimulação, sensibilidade e promoção de autonomia) - (análise contextual); Pontos de acção para aumentar a implicação e bem-estar emocional (análise contextual); Atenção e acompanhamento de crianças que suscitam preocupação em termos de bem-estar emocional e implicação; Aprendizagens e desenvolvimento de competências em Educação Pré-Escolar.

3- SAC

O SAC é um instrumento de apoio, à prática pedagógica do educador de infância, que procura agilizar a relação entre práticas de observação, documentação, avaliação e desenvolvimento curricular, com base num ciclo contínuo de observação, avaliação, reflexão e acção, considerando o bem-estar, implicação, aprendizagem e desenvolvimento das crianças.

4- Conclusões

De um modo global pode-se dizer que o SAC permite uma visão clara sobre:

Funcionamento do grupo de crianças em geral, considerando níveis de implicação e bem-estar; Aspectos que referem intervenção especificas; Identificação de crianças que necessitem de atenção diferenciada; Desenvolvimento curricular contextualizado. O SAC responde ao nível da concepção e organização do ambiente educativo; observação, planificação e avaliação e avaliação; relação e acção educativa; desenvolvimento do currículo; capacidade reflexiva do profissional, itens contemplados no perfil do educador, Decreto-Lei n.º 241/2001, de 30 de Agosto http://ebivgama.pt/PDF/Dec-Lei-241-2001.pdf

O dia 9 Julho iniciou com a excelente apresentação de relatos de práticas. Helena Martinho e os seus conhecimentos práticos sobre a ciência transmitida às crianças em Jardim-de-Infância, a equipa do Jardim-de-Infância da Horta Nova reflectiu sobre o trabalho em equipa, factor fundamental na planificação e reajustamento da intervenção educativa. Marta Pereira abordou os conflitos interpessoais e modos de os encarar e superar, factor de oportunidade de aprendizagem para desenvolver atitudes empáticas e dar intencionalidade educativa às referidas aprendizagens na sua resolução.  

Carlos Fiolhais, divertido, lúcido e mágico abordou o estado da ciência nas suas múltiplas facetas, embora referindo o grande progresso alcançado nas últimas décadas, salientou o muito que falta fazer na importância de uma maior promoção na melhor formação de educadores, de modo a que estes sejam um recurso para a proximidade da criança ao conhecimento da ciência.

Laborinho Lúcio insistiu no repto de chegar mais longe e não se deixar ficar pela utopia mas tudo fazer para a alcançar. Brilhante nas suas analogias será difícil transcrever as palavras usadas da sua experiência pessoal de um modo metafórico para passar a mensagem de que é possível acreditar numa melhor escola para todos.

João Formosinho abordou a diversidade cultural na escola actual, colocando o foco da interpretação uniformizada de currículo. Pensamento de tratamento impessoal, perdendo assim a importância do respeito pela diferença e aceitação das diferenças.

Helena Marujo que referiu que um especialista é aquele que não ignora uma coisa, nesse âmbito ela é uma especialista do pensamento positivo pois não ignora o sentido positivo da vida.

A oradora pediu um minuto para salientar um factor positivo. Referiu o pensamento positivo em relação aos outros. Por exemplo, como pode um professor querer um aluno único e pensador mas a fazer o que o professor exige sem colocar objecções (?)

Referiu a imensa medicação, que actualmente é prescrita, na questão de não se conseguir mudar as nossas emoções sem que não se recorra a analgésicos.

Salientou que podemos ver e mostrar o que há de bom e melhor nas escolas, outras formas de escutar, sabendo que outros vêem outros ângulos e outras formas. Observar situações visíveis positivas, abordando a ideia de Florescimento.

Treinar-se para viver e ter um maior equilibro emocional, sendo que quem tem um objectivo, mesmo em situações difíceis, pode aumentar a sua confiança e ser capaz de resolver os problemas da sua vida.

Helena Águeda Marujo, referiu a importância de pequenos passos para alcançar grandes mudanças. Na realidade, o que nos faz aumentar as nossas emoções positivas, como a alegria, o contentamento, o amor, ou o que nos pode ajudar a descobrir mais sentido para o que somos e fazemos, são as mudanças e acções aparentemente simples, básicas, leves, sem complicações.
Reforçar o que é bom e registar os momentos altos. Enumero, de seguida, alguns exemplos citados:

-Passar a listar diariamente as coisas boas que acontecem ao longo do dia;
-Substituir a linguagem crítica por uma linguagem positiva;
-Dedicar tempo aos amigos e às relações importantes da vida;
-Viver aceitando o passado, saboreando o presente e acreditando no futuro;
-Praticar intencionalmente actos de generosidade;
-Usar pequenos grandes gestos pela sustentabilidade do planeta;
Deste modo, a especialista em Psicologia Positiva, através de uma exposição simpática e atractiva passou a mensagem de pensar de forma diferente, descobrindo no dia-a-dia estratégias que nos permitem viver de forma mais equilibrada e feliz. Não esqueceu a mensagem da importância de devolver o valor aos alunos e a felicidade às escolas e o facto de que o direito à educação dos 0 aos 6 anos é um investimento social que tem um retorno significativo. 


O encontro terminou com a presença de Isabel Maria Santos Silva, Secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário que congratulou a APEI pelo trabalho feito, referindo também a importância da educação pré-escolar


A época, final de ano lectivo, período que corresponde a uma reflexão da prática pedagógica desenvolvida, não afastou os cerca de trezentos participantes neste encontro. Curiosamente ou não, correspondendo à temática do encontro, a reflexividade neste momento actual é tão pertinente quanto fundamental. Reflectir sobre as práticas, estas de teor intencionalmente pedagógico, deve ser uma constante num profissional, permite, desse modo não só ajuizar as práticas já feitas como fecundar as práticas futuras.

Quero felicitar a APEI, na qual me incluo, pelos seus 30 anos e pelo XII Encontro realizado. Por estes dois motivos, duplos parabéns. O Encontro bem organizado contou com excelentes oradores. De Teresa Vasconcelos com os seus poemas que caracterizam a sua sensibilidade estética, a Júlia Formosinho reflexiva, Ana Bettencortt, sintética e elucidativa, Carlos Fiolhais mágico e divertido, Laborinho Lúcio, brilhante e apelativo, João Formosinho observador, encerrando com o optimismo salutar de Helena Marujo.

Participar neste encontro veio reforçar a ideia premente de que o jardim-de-infância constitui um agente activo de mudança, logo, tem de estar aberto à diversidade de seres e saberes, desenvolvendo o educador práticas pedagógicas que facilitem e permitam a todas as crianças uma participação efectiva na sociedade e na colaboração com os seus pares.

Citando Isaac Bashevis Singer (Prémio Nobel), "O nosso conhecimento é uma pequena ilha no enorme oceano do desconhecimento."

Muito obrigada à APEI e a todos que a constituem, por terem contribuído para acrescentar mais um pouco de sabedoria e poder de reflexão à minha ilha!
                                                                                         
Elvira Cristina Silva

Leituras

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Os livros que se seguem apresentam as minhas opiniões sobre os mesmos. Exclusivamente o meu "ponto de vista". EC

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