quarta-feira, 31 de agosto de 2011

3 anos de blog

Este mês este blog completa três anos de existência. Da timidez dos primeiros passos à descoberta de novos caminhos foi feito um percurso de crescimento.
Ainda de tenra idade tem, assim espero, um caminho a percorrer.
(Foto de EC)
A todos o que o visitam, que nele comentam ou simplesmente dão uma olhada o meu muito obrigada por poder ser uma porta de entrada neste espaço virtual.
EC

U2 - Magnificent



Com votos de um ano lectivo Magnifico a todos aqueles que abraçam a profissão e que acreditam que podem fazer no seu dia a dia a diferença com cada aluno que se envolvem.
EC

Uma em cada quatro crianças tem problemas de visão

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) revelou esta terça-feira que uma em cada quatro crianças em idade escolar tem problemas de visão.


Nas contas da SPO, cerca de 20 por cento das crianças em idade escolar têm algum défice da função visual, pelo que defende a realização de rastreios a partir dos três ou quatro anos.

Augusto Magalhães, oftalmologista pediátrico do Hospital de São João e membro da SPO diz que "as doenças dos olhos que mais afectam as crianças são os erros refractivos (miopia, hipermetropia e astigmatismo), a ambliopia e o estrabismo".

"Estima-se que cerca de 20 por cento das crianças em idade escolar tenham algum défice de função visual provocado por uma destas patologias ou outras menos frequentes, que acabam por interferir com o rendimento escolar", frisa.

Segundo o especialista, um dos sinais mais habituais de problemas na visão é "a dificuldade na leitura".

A lentidão ou rejeição das tarefas que exigem esforço visual, o fechar ou tapar um dos olhos e os erros a copiar do quadro são outros sinais de alerta. Dores de cabeça, náuseas, olhos vermelhos, inchados ou lacrimejantes, estrabismo e fotofobia (dificuldade em suportar a luz) "são sintomas que não podem ser ignorados e devem levar os pais a procurar um oftalmologista", defende.

Augusto Magalhães considera que é fundamental realizar um primeiro rastreio por volta dos três ou quatro anos, porque nesta idade a criança já colabora minimamente e o procedimento acaba por ter uma boa relação preço-eficácia. No entanto, sustenta, "do ponto de vista médico é preferível rastrear mais cedo".

A forma como a utilização de computadores e outros dispositivos electrónicos podem influenciar a visão é uma questão que preocupa muitos pais, mas Augusto Magalhães desmistifica a ideia e explica que "não existem estudos científicos que comprovem a ideia de que os computadores provocam e/ou aumentam a miopia".

"O único prejuízo - segundo o oftalmologista pediátrico - é o cansaço visual sentido após o uso prolongado e ininterrupto destes dispositivos electrónicos" pelo que recomenda que "a utilização seja alternada com períodos de descanso".

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O Menino de Cabul

                                                                 
  


Um colega falou-me deste livro que acabou por me emprestar, ficando este à espera de ser lido num espaço reservado aos livros emprestados.
Tendo por defeito, andar sempre com um livro na mala, peguei nele inúmeras vezes, mas o seu volume (336 páginas) impediu que em muitas circunstâncias o levasse comigo. Também é verdade que existe sempre outros livros à espera de serem lidos, colocados na prateleira de livros comprados. Tenho uma irresistível tendência para comprar mais livros do que aqueles que efectivamente consigo ler, mas mantenho a esperança convicta que vão ser lidos algum dia!
Em período de férias levei-o comigo. É uma época em que alivio consideravelmente as prateleiras anteriormente citadas.
“O Menino de Cabul” é um livro que me deu imenso prazer de ler, que me deixou presa da primeira à última página, não aquele prazer simples e agradável de uma leitura tranquila, antes pelo contrário, pela narrativa escrita de forma arrebatadora e dilacerante, com o autor a fugir a clichés e a lugares comuns, mas a não evitá-los se for caso disso, constantemente alterada com sucessivas reviravoltas inesperadas e, na sua maioria, quase sempre perturbadoras, onde a evocação das emoções à provocação do leitor são uma constante. 
O menino de Cabul não conta simplesmente a vida de um, mas de dois rapazes, Amir e Hassan. Crianças como tantas outras, retrato de um emaranhado familiar e de um enredo de amizade à mistura com falsidades e traições, acentuadas por injustas relações sociais.
O personagem principal, Amir, filho de Baba, patriarca e homem da sociedade, perdeu a mãe no momento do nascimento. Hassan é filho do criado da casa de Baba, e, para além de amigo de Amir, é também seu criado.
A história de vida destes dois rapazes (que brincam juntos, apesar da posição social que os separa, subindo às árvores, jogando às cartas e fazendo voar papagaios) é a de uma aparente amizade vulgar, que um acto de Assef e a reacção cobarde de Amir interrompe. Tal como é interrompida a normalidade da vida de um país afectado pela desumanidade da guerra.
A metáfora do papagaio, utilizada no título original “Kite Runner” remete-nos para a mutação de uma cidade como cenário deste enredo, ao longo de vários anos. Cabul de 1978, com o céu pintado de papagaios de papel lançados pelas crianças, reflexo de uma cidade repleta de vida, alegria animação e cor. Contrastando com a que Amir encontra, quando, vinte anos mais tarde, lá regressa. Uma cidade lamacenta, amedrontada, cuja alegria dos papagaios foi proibida e onde se assiste a julgamentos e apedrejamentos no intervalo de um jogo de futebol.
Neste livro de Khaled Hosseini, publicado em 2003, o fantástico enredo e o testemunho histórico tem no voo do papagaio de papel a alegoria à liberdade. Liberdade, porém não duradoura, quer num país que se transforma, dominado pela guerra, quer na revelação dos sentidos, do personagem principal, através de uma história contada em “flashback”, uma viagem de regresso ao passado, ao remorso e à expiação dos pecados. Uma revelação emocional, nascida do remorso persistente da personagem principal, sobre o cenário que é, em si, outro enredo: o da mutação de um país e de um povo. 
Tal como referido no livro, "A vida é um comboio... Não o percas!" Este livro fala de uma viagem de uma vida e como cada um de nós com as nossas acções podemos condicionar a nossa vida e a dos outros.
O autor explica, em dado momento no seu livro, que os Americanos detestam que se lhes conte o fim das histórias, referindo-se a um episódio em que conta a um desconhecido, num clube de vídeo, o fim do filme “ Os sete magníficos”.
Seguindo este pensamento também não vou contar o final da história. Posso até incorrer em dizer alguma mentira e “Quando dizemos uma mentira, roubamos a alguém o direito à verdade."pg.26
Posso só referir o meu ponto de vista e dizer que é uma história inesquecível sobre a amizade, a culpa, a mentira, os erros e a sua redenção, (“Nunca é tarde para acertar as contas”- pg.211), sobre o amor e o ódio, a coragem, a lealdade, a passagem inexorável do tempo e as ligações e saudades da terra natal.
Sem dúvida que considero uma obra comovente e poética que apela à ética humana e à ideologia de liberdade mas que evidencia precisamente esse contraste e fragilidade da civilização humana que através de convicções politicas e religiosas, impedem essa mesma dignidade e liberdade humana de poder soar mais alto…
EC

XII Encontro Nacional da APEI




O XII Encontro Nacional da APEI, realizou-se nos dias 8 e 9 de Julho de 2011, na Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa, em colaboração com a Escola Superior de Educação de Lisboa, com a temática Intencionalidade Educativa e Reflexividade.

Durante a sessão de abertura, na parte da manhã de dia 8 de Julho, Lúcia Santos, presidente da APEI, fez o enfoque no que já foi feito em educação de infância e todo um percurso que está para fazer.

Cristina Loureiro, da Escola Superior de Educação de Lisboa, abordou o estudo do PISA (Programme for International Student Assessment), na avaliação conjunta dos resultados apresentados por Portugal numa significativa evolução, factor consequente da importância do pré-escolar no seu alargamento e reforço, anos que se proclamam decisivos para o desenvolvimento da criança. Factores que constituem, sem dúvida, a repercussão nos resultados actuais. Como pontos de reflexão: continuidade do trabalho conjunto já realizado, melhor tempo de trabalho, conciliando este, com as orientações politicas.

Edmundo Martinho, do Instituto da Segurança Social, deixou um repto de que a resposta dada em creche não deve ser vista só no cariz assistencial defraudando a importância pedagógica. Este foco deve ir além da importância do carácter assistencial.

Ainda no final deste painel, Lúcia Santos, salientou a importância da recomendação n.º 3/2011, referente à Educação dos 0 aos 3 anos realizado por Teresa Vasconcelos conselheira do Conselho Nacional de Educação.


No painel seguinte, Maria João Cardona, enquanto moderadora, relembrou uma vez mais o papel interventivo de Teresa Vasconcelos em 1997, (relembre-se a realização das OCEPE), o seu contributo na APEI e os seus artigos publicados.

A ausência de Alexandra Marques, em representação da DGIDC, alterou este painel, tendo Teresa Vasconcelos, apresentado a referida recomendação do CNE. Esta felicitou a APEI pelos seus 30 anos em estado de maturidade. Homenageou também Maria José Nogueira Pinto a quem dedicou a sua apresentação pela dedicação dada no CNE.

Desejando que as crianças possam voar e ter futuro, a prelectora, referiu que só se pode conceber a educação dos 0 aos 3 anos como direito e não apenas como necessidade social. O valor intrínseco desta resposta enquanto estrutura educativa exige uma educação de qualidade como modo de colmatar desigualdades sociais. Enalteceu a importância da família na sua diversidade, como comunidade de afectos e como parceiros competentes e envolvidos nos projectos educativos dos estabelecimentos. Salientou que as crianças são um bem precioso mas que não devem ser tratadas como “pequenos lordes” numa alusão artística da obra de Ana Vidigal.

Referiu a configuração do papel do estado e a necessidade de trabalho de projecto em âmbito de creche, reforçando a importância do brincar que a intencionalidade educativa não pode esquecer, aludindo ao princípio da frugalidade numa sociedade cada vez mais consumista.

Foi também salientado a necessidade do reconhecimento do trabalho das educadoras em creche como docência, bem como a parceria entre profissionais e serviços no superior interesse da criança num investimento necessário para a qualidade da inclusão e a eficácia da intervenção em crianças de risco.

Lembrou o contributo da neurociência e da investigação que referem a importância do estímulo e das orientações pedagógicas e reforçou a importância do direito à palavra das crianças.

Terminou com uma referência a José Tolentino de Mendonça: “O mistério está todo na infância: é preciso que o homem siga o que há de mais luminoso à maneira da criança futura”.

Ana Bettencourt abordou o relatório e as referidas recomendações já apresentadas por Teresa Vasconcelos, salientando os princípios de uma escola inclusiva onde todos devem ter acesso, com recurso aos apoios necessários. Um ponto referido como crucial, foi o evitar de acumulação das dificuldades, desse modo, a escola deixa de se centrar no acto de ensinar para se centrar na organização e planeamento.

Mencionou a necessidade de pais qualificados numa necessidade generalizada da população portuguesa e a influência dos pais terem um projecto académico para perceberem melhor a actividade escolar dos filhos, bem como a um aumento significativo da literacia.

Na segunda parte deste dia, Júlia Formosinho, referiu a qualidade enquanto instância primeira para a equidade. Salientou que diferentes programas produzem efeitos positivos e o impacto destes variam em amplitude e persistência consoante a qualidade do programa. Currículos bem desenhados têm efeitos de longo prazo no sucesso escolar.

John Siraj-Blatchford, referiu a justiça social na oportunidade e equidade no trabalho, questionando, se existe realmente a igualdade de direitos.

As práticas educativas na Educação de Infância e o envolvimento familiar na aprendizagem das crianças têm efeito no desenvolvimento de crianças e famílias. O modo como os intervenientes no processo educativo, trabalham em conjunto de forma intelectual, de modo a resolverem problemas, planificando, e dialogando contribuem para o pensamento e o desenvolvimento profissional. Referiu uma pedagogia efectiva em educação pré-escolar que se apropria da linguagem, valores e práticas em crianças pequenas, não esquecendo a escolha livre com potencial nas actividades desenvolvidas que devem ser diferenciadas e diversificadas, sempre em intercâmbio regular com as famílias

Em suma investir no acesso das crianças é uma aposta na qualidade das famílias.

Seguidamente foram apresentados os posters, que se pautaram diversificados, quer na temática como na apresentação dos mesmos.

Nas sessões paralelas a minha escolha recaiu sobre Práticas de Avaliação — Sistema de Acompanhamento da Criança (SAC) e Escala de Bem-estar Emocional, apresentado por Gabriela Portugal

A escolha relaciona-se com o facto de já ter lido o livro e querer na prática perceber melhor a sua utilização e eficácia da mesma, considerando ser crucial conhecer e saber utilizar os procedimentos diversificados de observação registo e avaliação dos seus processos e efeitos.

Esta prática de avaliação conta com a construção de um instrumento (resultante de um projecto de investigação realizado na Universidade de Aveiro, no âmbito da supervisão pedagógica) ajustado à realidade portuguesa com base nos normativos portugueses, tendo como base de inspiração os instrumentos da avaliação belga e trabalhos desenvolvidos da autoria de Ferre Laevers. Este sistema assenta na base de um ciclo contínuo de observação, avaliação, reflexão e acção, focalizado nos níveis de bem-estar e de implicação, organização do ambiente educativo, aprendizagem e desenvolvimento das crianças.

A apresentação da oradora abordou quatro pontos:

1- Enquadramento oficial da avaliação em educação pré-escolar

Neste ponto foram referidas as OCEPE, o perfil de educador de infância, a Circular nº.: 4 /DGIDC/DSDC/2011 (avaliação em Educação pré-escolar) e a gestão do currículo,( Gestão do Currículo na Educação Pré-Escolar – Circular nº 17/DSDC/DEPEB/2007).

2- Enquadramento conceptual do SAC na educação experencial

Perspectiva geral sobre abordagem experiencial em Educação Pré-Escolar; abordagens da qualidade (focalizadas no contexto, nos processos e nos resultados); Implicação e bem-estar emocional como indicadores de qualidade; escalas de avaliação de implicação e bem-estar (análise processual); Estilo do adulto (dimensões estimulação, sensibilidade e promoção de autonomia) - (análise contextual); Pontos de acção para aumentar a implicação e bem-estar emocional (análise contextual); Atenção e acompanhamento de crianças que suscitam preocupação em termos de bem-estar emocional e implicação; Aprendizagens e desenvolvimento de competências em Educação Pré-Escolar.

3- SAC

O SAC é um instrumento de apoio, à prática pedagógica do educador de infância, que procura agilizar a relação entre práticas de observação, documentação, avaliação e desenvolvimento curricular, com base num ciclo contínuo de observação, avaliação, reflexão e acção, considerando o bem-estar, implicação, aprendizagem e desenvolvimento das crianças.

4- Conclusões

De um modo global pode-se dizer que o SAC permite uma visão clara sobre:

Funcionamento do grupo de crianças em geral, considerando níveis de implicação e bem-estar; Aspectos que referem intervenção especificas; Identificação de crianças que necessitem de atenção diferenciada; Desenvolvimento curricular contextualizado. O SAC responde ao nível da concepção e organização do ambiente educativo; observação, planificação e avaliação e avaliação; relação e acção educativa; desenvolvimento do currículo; capacidade reflexiva do profissional, itens contemplados no perfil do educador, Decreto-Lei n.º 241/2001, de 30 de Agosto http://ebivgama.pt/PDF/Dec-Lei-241-2001.pdf

O dia 9 Julho iniciou com a excelente apresentação de relatos de práticas. Helena Martinho e os seus conhecimentos práticos sobre a ciência transmitida às crianças em Jardim-de-Infância, a equipa do Jardim-de-Infância da Horta Nova reflectiu sobre o trabalho em equipa, factor fundamental na planificação e reajustamento da intervenção educativa. Marta Pereira abordou os conflitos interpessoais e modos de os encarar e superar, factor de oportunidade de aprendizagem para desenvolver atitudes empáticas e dar intencionalidade educativa às referidas aprendizagens na sua resolução.  

Carlos Fiolhais, divertido, lúcido e mágico abordou o estado da ciência nas suas múltiplas facetas, embora referindo o grande progresso alcançado nas últimas décadas, salientou o muito que falta fazer na importância de uma maior promoção na melhor formação de educadores, de modo a que estes sejam um recurso para a proximidade da criança ao conhecimento da ciência.

Laborinho Lúcio insistiu no repto de chegar mais longe e não se deixar ficar pela utopia mas tudo fazer para a alcançar. Brilhante nas suas analogias será difícil transcrever as palavras usadas da sua experiência pessoal de um modo metafórico para passar a mensagem de que é possível acreditar numa melhor escola para todos.

João Formosinho abordou a diversidade cultural na escola actual, colocando o foco da interpretação uniformizada de currículo. Pensamento de tratamento impessoal, perdendo assim a importância do respeito pela diferença e aceitação das diferenças.

Helena Marujo que referiu que um especialista é aquele que não ignora uma coisa, nesse âmbito ela é uma especialista do pensamento positivo pois não ignora o sentido positivo da vida.

A oradora pediu um minuto para salientar um factor positivo. Referiu o pensamento positivo em relação aos outros. Por exemplo, como pode um professor querer um aluno único e pensador mas a fazer o que o professor exige sem colocar objecções (?)

Referiu a imensa medicação, que actualmente é prescrita, na questão de não se conseguir mudar as nossas emoções sem que não se recorra a analgésicos.

Salientou que podemos ver e mostrar o que há de bom e melhor nas escolas, outras formas de escutar, sabendo que outros vêem outros ângulos e outras formas. Observar situações visíveis positivas, abordando a ideia de Florescimento.

Treinar-se para viver e ter um maior equilibro emocional, sendo que quem tem um objectivo, mesmo em situações difíceis, pode aumentar a sua confiança e ser capaz de resolver os problemas da sua vida.

Helena Águeda Marujo, referiu a importância de pequenos passos para alcançar grandes mudanças. Na realidade, o que nos faz aumentar as nossas emoções positivas, como a alegria, o contentamento, o amor, ou o que nos pode ajudar a descobrir mais sentido para o que somos e fazemos, são as mudanças e acções aparentemente simples, básicas, leves, sem complicações.
Reforçar o que é bom e registar os momentos altos. Enumero, de seguida, alguns exemplos citados:

-Passar a listar diariamente as coisas boas que acontecem ao longo do dia;
-Substituir a linguagem crítica por uma linguagem positiva;
-Dedicar tempo aos amigos e às relações importantes da vida;
-Viver aceitando o passado, saboreando o presente e acreditando no futuro;
-Praticar intencionalmente actos de generosidade;
-Usar pequenos grandes gestos pela sustentabilidade do planeta;
Deste modo, a especialista em Psicologia Positiva, através de uma exposição simpática e atractiva passou a mensagem de pensar de forma diferente, descobrindo no dia-a-dia estratégias que nos permitem viver de forma mais equilibrada e feliz. Não esqueceu a mensagem da importância de devolver o valor aos alunos e a felicidade às escolas e o facto de que o direito à educação dos 0 aos 6 anos é um investimento social que tem um retorno significativo. 


O encontro terminou com a presença de Isabel Maria Santos Silva, Secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário que congratulou a APEI pelo trabalho feito, referindo também a importância da educação pré-escolar


A época, final de ano lectivo, período que corresponde a uma reflexão da prática pedagógica desenvolvida, não afastou os cerca de trezentos participantes neste encontro. Curiosamente ou não, correspondendo à temática do encontro, a reflexividade neste momento actual é tão pertinente quanto fundamental. Reflectir sobre as práticas, estas de teor intencionalmente pedagógico, deve ser uma constante num profissional, permite, desse modo não só ajuizar as práticas já feitas como fecundar as práticas futuras.

Quero felicitar a APEI, na qual me incluo, pelos seus 30 anos e pelo XII Encontro realizado. Por estes dois motivos, duplos parabéns. O Encontro bem organizado contou com excelentes oradores. De Teresa Vasconcelos com os seus poemas que caracterizam a sua sensibilidade estética, a Júlia Formosinho reflexiva, Ana Bettencortt, sintética e elucidativa, Carlos Fiolhais mágico e divertido, Laborinho Lúcio, brilhante e apelativo, João Formosinho observador, encerrando com o optimismo salutar de Helena Marujo.

Participar neste encontro veio reforçar a ideia premente de que o jardim-de-infância constitui um agente activo de mudança, logo, tem de estar aberto à diversidade de seres e saberes, desenvolvendo o educador práticas pedagógicas que facilitem e permitam a todas as crianças uma participação efectiva na sociedade e na colaboração com os seus pares.

Citando Isaac Bashevis Singer (Prémio Nobel), "O nosso conhecimento é uma pequena ilha no enorme oceano do desconhecimento."

Muito obrigada à APEI e a todos que a constituem, por terem contribuído para acrescentar mais um pouco de sabedoria e poder de reflexão à minha ilha!
                                                                                         
Elvira Cristina Silva

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Les Meckinguipes em Paredes de Coura

Um palco à medida dos sonhos, iniciativa do JN, foi pisado pela primeira vez pelos Les Meckinguipes em Paredes de Coura. Esta primeira vez ficará para a história, em muitas que se possam suceder neste palco.
EC


O segundo dia de festival começou com os Les Meckinguipes, no palco JN, a dar música aos festivaleiros que começavam a chegar ao recinto. É complicado à primeira vista não associar imediatamente este duo lisboeta aos The White Stripes, é a cena da rapariga na bateria e rapaz na guitarra e voz que nos leva instantaneamente a pensar nisto, no entanto, julgamos que a banda não faz questão de esconder as suas influências (nem o têm que fazer), e o som que apresentam em palco é mesmo isso, uns White Stripes meets Manel Cruz que certamente terão tempo para crescer e achar uma identidade mais própria. Parece promissor.

sábado, 20 de agosto de 2011

Les Meckinguipes em Paredes de Coura

As melhores boas-vindas possíveis

2011-08-18
Tiago Rodrigues Alves in JN

Apesar da tenra idade e algum nervosismo, Les Meckinguipes, com os seus ritmos animados e riffs de guitarra portuguesa com distorção, aproveitaram bem a oportunidade de se apresentar perante um dos mais exigentes públicos nacionais.
No final da actuação e visivelmente mais à vontade, o duo de Queluz mereceu uma forte salva de palmas dos presentes, provando que tinham superado a prova de fogo e que deles, seguramente, se podem esperar muitas coisas boas no futuro.

Seguiram-se os The Kanguru Project. Já com o sol mais baixo, mais sombra no recinto e mais gente a assitir - as três coisas são indissociáveis-, a banda de Ponte de Lima começou com um rock clássico sólido e progrediu para sonoridades mais alternativas.
A moldura humana foi-se compondo e pelas 17.30 horas algumas centenas de pessoas tiravam as medidas ao recinto, e tendo como banda-sonora a música providenciada pelo Palco JN.
No final das actuações, e apesar de ainda ser o primeiro dia, a opinião geral dos presentes era a de que seria difícil oferecer melhores boas-vindas aos festivaleiros do que acolhê-los com música ao vivo e de qualidade logo à entrada.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Les Meckinguipes no Palco JN em Paredes de Coura


Inês Silva e Gustavo Almeida, de 16 e 17 anos, respectivamente, são estudantes do 12.º ano de Artes Visuais e juntos formam os Les Meckinguipes, uma das bandas que vai subir ao Palco JN em Paredes de Coura.
Ver video em:
http://www.jn.pt/multimedia/video.aspx?bctid=1094854930001&content_id=1946415

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Les Meckinguipes em Paredes de Coura


Em Agosto 2009, Liberdade estava a ser entrevistado pelo Jornal Vale do Minho. Tinha acabado de lançar o seu primeiro CD "Diálogo Mudo" e estava prestes a ver o espectáculo de NIN em Paredes de Coura.

Concidências ou não, tocando agora com I. Silva e o "Trent" (poderão perceber a dica se clicarem no link), isto neste mundo está tudo ligado e agora Liberdade (G.Almeida) vai ele próprio, participar desta vez em Paredes de Coura com o projecto Les Meckinguipes .
A dupla formada por I.Silva e G.Almeida, apesar de tocarem de modo rústico, pensam que fazem qualquer coisa mais ou menos audível. Influências de White Stripes, Nine Inch Nails, Son House, Manel Cruz, B Fachada, Tool, Zeca Afonso, Led Zepplin, Nirvana, Pluto, Ornatos Violeta, Son of Dave, Carlos Paredes, Deep Purple, Pink Floyd, The Doors, Johnny Cash, Tinariwen, Faust, Banda do Casaco, Jimi Hendrix, Velvet Underground, Beatles, John Lee Hooker, Nick Drake, Toca e Foge, L.O.M.B.O.S., Short Padari, Pearl Jam, The Legendary Tigerman, Mike Patton, e muitos outros...
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Podem ver as bandas revelação selecionadas no concurso em:
http://www.jn.pt/Reportagens/Interior970.aspx?content_id=1935525

mais informações em:
http://www.youtube.com/watch?v=JMTKeZa1ro4

terça-feira, 2 de agosto de 2011

L.O.M.B.O.S. no 3.º Ciclo Internacional de Leitura Animada em Óbidos

O Bicharoco

3.º Ciclo Internacional de Leitura Animada

Leituras, Contos, Música, Música para Bebés, Teatro,
Cinema de Animação ao Ar Livre, Workshop's, Instalação,
Performance, Encontros, Formação, Serão de Contos
Pelo terceiro ano consecutivo a livraria Histórias com Bicho coloca à disposição dos seus leitores, uma proposta de actividades para animar o verão.
Uma programação de qualidade, que prima pela criatividade com que a Leitura se apresenta.
Este ano o BICHAROCO tem:
piratas, bebés, flores e bolachas,
letras e sapatos nas paredes,
mosquitos, encontros e cabritos,
pulgas, formações e gratacas,
música e senhores à espreita,
mães, pais, tias, primas, netos e avós,
ratinhos e quantos gatos queres,
cinema com sabor a chá e cheiro de vento,
maçãs e sopas d'água,
ritmo, terra, performance e cor,
fraldas, teatro e rocas,
mf pm mmm mmm am ne e cm,
contos e leituras descalças,
poço, baloiço e um papão
castelo, passarinhos e ninhos,
Evas,
lua cheia, aranhas, concerto,
Torrado, frio e serão.
O Bicharoco é essencialmente um encontro de expressões, artistas, palavras e leituras.
É um pretexto para animar a leitura em tempo de férias e convidar os nossos leitores a subir ao cimo do monte, é ter a porta aberta pela manhã, à tarde e pela noite dentro até os contos secarem na boca dos narradores. É sentir o corpo a esticar e a encolher e as crianças a crescer.
André Letria, Rita Redshoes, Margarida Botelho, Marina Palácio, Javier Sáez Castán, Fernanda Fragateiro, Cristina Taquelim, Raquel Oliveira, Charo Pita, António Fontinha, Manuel Sevillano, Liberdade, são alguns dos nomes que compõem o elenco desta terceira edição.
Este ano destacamos, mais uma vez, a presença do Teatro Lua Cheia, da OQO Filmes, do Conservatório de Música das Caldas da Rainha, do Liberdade e de todos os artistas que tornam esta temporada tão única.
Porque a leitura é música, movimento, rua, palavras, teatro, dança, colo, textura - é entender o mundo como quem ouve e conta um conto. Esperamos por vocês aqui, onde a leitura acontece todos os dias.


L.o.m.b.o.s. - Liberdade: one man band original songs

Música
A descrição da sigla pode induzir em erro, contudo, trata-se apenas duma liberdade contextual que descreve o tipo de trabalho do artista em si, permitindo um reconhecimento imediato pelo conjunto ortográfico que forma.
Nada de mais nacional se trata. Única e exclusivamente canções em Português, todas elas originais (apenas pontuado aqui ou ali por uma ou outra de reconhecida recolha nacional), num suporte musical também original que percorre influências tradicionais de lés-a-lés no que concerne a Portugal e, nalguns casos até, de musicas do Mundo. Em palco, completamente sozinho, Liberdade conjuga habilmente instrumentos tradicionais portugueses entre outros tantos, “loops” de “beat box” e ainda a sua característica voz, num misto de algo que está intrinsecamente ligado às nossas raízes ancestrais, mas que não conseguimos explicar, apenas sentir.
Inscrições, Reservas e Informações:
Tel: +351 262 958 610
livraria@obichinhodeconto.pt
http://www.obichinhodeconto.pt/?/agenda/204

Liberdade no Spock Café Bar dia 6 de Agosto

Liberdade no Spock Café Bar dia 6 de Agosto 23h
Spock Café Bar
Rua de S. Bento, 4 - Lisboa

A descrição da sigla pode induzir em erro, contudo, trata-se apenas duma liberdade contextual que descreve o tipo de trabalho do artista em si, permitindo um reconhecimento imediato pelo conjunto ortográfico que forma.


Nada de mais nacional se trata. Única e exclusivamente canções em Português, todas elas originais (apenas pontuado aqui ou ali por uma ou outra de reconhecida recolha nacional), num suporte musical também original que percorre influências tradicionais de lés-a-lés no que concerne a Portugal e, nalguns casos até, de musicas do Mundo. Em palco, completamente sozinho, Liberdade conjuga instrumentos tradicionais portugueses entre outros tantos, “loops” de “beat box” e ainda a sua característica voz, num misto de algo que está intrinsecamente ligado às nossas raízes ancestrais, mas que não conseguimos explicar, apenas sentir. Num espaço invulgar como Spock Café Bar, descolar neste ambiente promete!
  

3.º CICLO INTERNACIONAL DE LEITURA ANIMADA


LEITURAS, CONTOS, MÚSICA, MÚSICA PARA BEBÉS, TEATRO, CINEMA DE ANIMAÇÃO AO AR LIVRE, WORKSHOP'S, INSTALAÇÃO,
PERFORMANCE, ENCONTROS, FORMAÇÃO, SERÃO DE CONTOS

PELO TERCEIRO ANO CONSECUTIVO A LIVRARIA HISTÓRIAS COM BICHO COLOCA À DISPOSIÇÃO DOS SEUS LEITORES, UMA PROPOSTA DE ACTIVIDADES PARA ANIMAR O VERÃO.
UMA PROGRAMAÇÃO DE QUALIDADE, QUE PRIMA PELA CRIATIVIDADE COM QUE A LEITURA SE APRESENTA.

ESTE ANO O BICHAROCO TEM:

PIRATAS, BEBÉS, FLORES E BOLACHAS,
LETRAS E SAPATOS NAS PAREDES,
MOSQUITOS, ENCONTROS E CABRITOS,
PULGAS, FORMAÇÕES E GRATACAS,
MÚSICA E SENHORES À ESPREITA,
MÃES, PAIS, TIAS, PRIMAS, NETOS E AVÓS,
RATINHOS E QUANTOS GATOS QUERES,
CINEMA COM SABOR A CHÁ E CHEIRO DE VENTO,
MAÇÃS E SOPAS D'ÁGUA,
RITMO, TERRA, PERFORMANCE E COR,
FRALDAS, TEATRO E ROCAS,
MF PM MMM MMM AM NE E CM,
CONTOS E LEITURAS DESCALÇAS,
POÇO, BALOIÇO E UM PAPÃO
CASTELO, PASSARINHOS E NINHOS,
EVAS,
LUA CHEIA, ARANHAS, CONCERTO,
TORRADO, FRIO E SERÃO.

O BICHAROCO É ESSENCIALMENTE UM ENCONTRO DE EXPRESSÕES, ARTISTAS, PALAVRAS E LEITURAS.
É UM PRETEXTO PARA ANIMAR A LEITURA EM TEMPO DE FÉRIAS E CONVIDAR OS NOSSOS LEITORES A SUBIR AO CIMO DO MONTE, É TER A PORTA ABERTA PELA MANHÃ, À TARDE E PELA NOITE DENTRO ATÉ OS CONTOS SECAREM NA BOCA DOS NARRADORES. É SENTIR O CORPO A ESTICAR E A ENCOLHER E AS CRIANÇAS A CRESCER.

ANDRÉ LETRIA, RITA REDSHOES, MARGARIDA BOTELHO, MARINA PALÁCIO, JAVIER SÁEZ CASTÁN, FERNANDA FRAGATEIRO, CRISTINA TAQUELIM, RAQUEL OLIVEIRA, CHARO PITA, ANTÓNIO FONTINHA, MANUEL SEVILLANO, LIBERDADE, SÃO ALGUNS DOS NOMES QUE COMPÕEM O ELENCO DESTA TERCEIRA EDIÇÃO.

ESTE ANO DESTACAMOS, MAIS UMA VEZ, A PRESENÇA DO TEATRO LUA CHEIA, DA OQO FILMES, DO CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DAS CALDAS DA RAINHA, DO LIBERDADE E DE TODOS OS ARTISTAS QUE TORNAM ESTA TEMPORADA TÃO ÚNICA.

PORQUE A LEITURA É MÚSICA, MOVIMENTO, RUA, PALAVRAS, TEATRO, DANÇA, COLO, TEXTURA - É ENTENDER O MUNDO COMO QUEM OUVE E CONTA UM CONTO. ESPERAMOS POR VOCÊS AQUI, ONDE A LEITURA ACONTECE TODOS OS DIAS.

Vou para o 1º ano

Em Setembro de 2005 a Maria João Amorim da Revista Pais e Filhos colocou-me o desafio como educadora de infância face às questões da transição para o 1º Ciclo. Em época de transições e face a algumas angústias recentes colocadas por pais, aqui ficam as questões colocadas na época e as respectivas respostas que dei e que mantenho.

1) Qual a principal mudança do pré-escolar para o primeiro ciclo?
-O pré-escolar é o alicerce fundamental da aprendizagem. Neste patamar as aquisições das áreas do desenvolvimento (motricidade, socialização, linguagem compreensiva e expressiva, autonomia e cognição) constituem as competências essenciais para a transição ao 1.º ciclo.
Na fase do pré-escolar o conhecimento, para além do uso das competências faz-se a partir do questionamento do real, de uma forma lúdica com práticas educativas que tenham sentido e que partem dos interesses manifestados pelas crianças.

A passagem ao 1. Ciclo é sempre momento de ansiedade, normalmente mais vivida pelos pais, porque caracterizam esta fase da criança como uma transição do lúdico ao trabalho (no 1. Ciclo ouvimos sempre a expressão “ agora é que é a sério.”). Contudo, é mais uma fase de promoção na vida da criança que não deve constituir factor de stress acrescido e ser encarado como um percurso de desenvolvimento. A escola do 1. Ciclo constitui uma instituição de ensino, num conjunto de contextos de socialização relacionados com as aprendizagens formais.
Porém é necessário ter em conta que as práticas realizadas no ambiente educativo e/ou escolar não devem ter como principal objectivo práticas realizadas em função das orientações e/ou currículos, mas sim as necessidades de cada criança, atendendo a que cada uma é um ser com necessidades especificas e diferenciadas, dando deste modo significado e sentido às aprendizagens das crianças.


2) Nem todas as crianças reagem da mesma maneira e há que dar tempo para que elas se consigam adaptar a esta nova vida, mas deverei preocupar-me se, ao fim de 3 semanas ou um mês, o meu filho continuar muito angustiado e com dificuldades de adaptação?
-As crianças são por natureza facilmente sociáveis e estabelecer novas amizades não constituirá por si um problema. Os pais devem transmitir aos filhos segurança, constituindo a família uma referência, se os pais se revelam ansiosos transmitirão essa ansiedade aos filhos. Estes, não podem nunca sentirem-se abandonados e é importante que mesmo com choros ou birras os pais se separem dos filhos dizendo que voltam para os virem buscar.

O diálogo com o(a) professor(a) é fundamental para que nesta parceria haja lugar para reflexão sobre estas transições na vida da criança.

3) O meu filho vai para uma escola onde não conhece ninguém. Que posso fazer para facilitar a integração?
-Como qualquer um de nós perante situações novas, ficamos um pouco mais ansiosos, é natural que de inicio a criança estranhe um pouco. No entanto, as crianças estabelecem rapidamente e sem problemas novas amizades. O receio inicial pode ser facilitado pelos pais ao explicarem que vão encontrar outras pessoas com quem vão partilhar momentos bem divertidos. Para além do mais são essas emoções que nos fazem crescer enquanto pessoas e que nos impulsiona a agir e a estabelecer interacções com os outros. É importante que a criança se sinta aceite no grupo onde se insere e uma vez mais a necessidade do diálogo com o(a) professor(a) é fundamental.


4) Apesar de o meu filho ter apenas 6 anos, pergunto-me: será que ele vai corresponder às minhas expectativas de ser um bom aluno?
-Os pais desejam sempre o melhor para os seus filhos. Porém, as expectativas que os pais colocam nos filhos pode ser condicionante no seu desempenho, mas com efeito oposto, principalmente se são pais com altos níveis de exigência. Há que também ter algum cuidado com o que consideramos “ser um bom aluno”. Essencialmente é importante que a criança sinta prazer na aprendizagem e que esta lhe faça sentido. Para além do saber fazer, do ser capaz de…, é fundamental atribuirmos tributo a pequenos “grandes” sucessos de modo a valorizar as competências da criança, através das quais se relaciona com o que a rodeia, até porque os pais são o modelo de como encaram a aprendizagem e que valor lhe atribuem.

Se os pais têm dúvidas face às aprendizagens, é importante também questionar como foi o desempenho no pré-escolar? A parceria entre docentes dos dois ciclos é crucial no sentido de se detectarem eventuais dificuldades que detectadas precocemente podem ser facilmente superadas. O afecto, a compreensão e o acompanhamento dos pais no processo educativo dos respectivos filhos são situações que vinculam e que reforçam os laços familiares. O afecto na relação pedagógica é fundamental também na figura do professor, atendendo a que a criação desta relação passa também pelo modo como o professor interage com a criança, que deve ser coerente nas suas atitudes e no modelo pedagógico que adopta.


5) Se o meu filho chegar ao fim do primeiro ano sem saber ler, devo preocupar-me?
-Eduardo Sá (2000) num livro (que recomendo desde já) e que se chama “Crianças para sempre” refere:

“Os bebés já nascem a ler. Lêem os olhos das pessoas, lêem os gestos, as hesitações, e as paixões. Para os bebés, primeiro interpreta-se, só depois se lê. Ao contrário do que se passa com muitos adultos, (...)...para os bebés ler é interpretar."

Isto significa que as crianças fazem desde cedo as suas leituras, e quando as crianças chegam ao 1. Ciclo sabem sempre qualquer coisa sobre a linguagem escrita ou como ela funciona e para que é utilizada. Apropriam-se de códigos da linguagem escrita, reconhecem marcas de produtos, de carros, de sinais, fazem a sua leitura do mundo que as rodeia.

A natureza e a qualidade das experiências precoces com a linguagem escrita, assim como, o trabalho individual que cada criança desenvolve segundo os seus esquemas conceptuais, terá como consequência, o surgir de muitos níveis diferentes de competências.

A escola do 1. Ciclo constitui uma instituição formal de ensino, num conjunto de contextos de socialização relacionados com a leitura e escrita. Os aspectos convencionais de aprendizagem da leitura e escrita envolvem um reconhecimento de comportamentos progressivamente observados (existência de espaços entre as palavras, sentido esquerda/direita, de baixo para cima...).

Há que aproveitar todas as possibilidades de abordagem de leitura e escrita que a criança conhece e proporcionar que descubra outras, de forma espontânea, sem que haja a perda de espontaneidade o que acontece, por vezes, face ao treino repetitivo e exaustivo de textos sem sentido real e vivido pela própria criança, bem como a nível do pré-escolar, o uso exagerado de actividades de grafismos adoptadas de manuais comercializados, correndo o risco de institucionalizarmos as actividades de jardim-de-infância com actividades sem sentido para a criança.

Não basta que a criança imite o adulto, é importante que ela, no seu relacionamento com o que a rodeia, se vá apercebendo das diferentes características que experimente e construa progressivamente o seu conhecimento.

A criança apreende o que a rodeia, através da manipulação e deve fazê-lo no acto da escrita e leitura. Manusear letras de diversos materiais, mexer-lhes, virá-las, agrupá-las, colocá-las em diversas posições, explorar diferenças e semelhanças, transformá-las e agir sobre elas – experiências acompanhadas pelo adulto mediador, no sentido de "ler" esses saberes e possíveis construções de palavras, valorizando essas relações com o mundo da escrita.

Se a criança desde cedo tiver contacto com os livros, mais depressa desenvolve capacidades linguísticas, com um código elaborado e um vocabulário extenso. Mais eficazmente se processa a aprendizagem da leitura e da escrita. É um processo que resulta de milhares de interacções com o mundo da escrita, das imagens e dos sons.

A estimulação começa no berço e depende de todos os agentes educativos envolvidos na educação de cada criança.

É importante que os pais reconheçam toda a aprendizagem como um todo, proporcionado situações diversas, ricas e estimulantes, de modo a proporcionar às crianças fontes de aprendizagem. Devem estar sensibilizados para a importância de brincar com a leitura e escrita em todo o processo, proporcionando oportunidades de brincar escrevendo e escrever brincando, pois normalmente essa aprendizagem acontece em ambientes demasiado formais e desprovidos de sentido para a criança. Deste modo é pouco provável que a criança chegue ao fim do primeiro ano sem saber ler na acepção da palavra. No entanto, cada caso é um caso e se os pais se sentem preocupados nesse sentido devem falar com o(a) professor(a) respectivo(a), de modo a esclarecer dúvidas, até porque uma boa relação entre pais e escola é fundamental para o desenvolvimento da criança.

6) É importante criar já hábitos de responsabilidade e estudo, como os TPC?
-Desde cedo que a criança deve ter hábitos de responsabilidade que constituem um factor de autonomia na vida da criança. Hábitos de rotina de vida diária em que a criança cresce com o sentido da responsabilidade.

A questão dos TPC é uma questão polémica que não deixa ninguém indiferente. Porém trata-se de uma questão de bom senso, principalmente por parte dos professores no que determinam como TPC. Se mais do mesmo, sem qualquer sentido para a criança ou se escolhas mais divergentes com oportunidade de escolha para as crianças, dotando desta forma a escola como agente de práticas activas e dinâmicas entre os intervenientes. De salientar práticas muito interessantes em algumas escolas, onde existem espaços de pesquisa, facultando aos pais estratégias, de modo a acompanharem a integração dos conhecimentos dos seus educandos. Testemunhos dessas práticas promovem diálogos mais activos e permanentes entre os actores educativos, nos quais se inclui obviamente o papel fundamental dos pais neste processo.

7) Deve haver alterações da rotina em casa?
-Fazendo parte de um processo na vida da criança as alterações só devem acontecer se fizerem sentido para pais e filhos que as considerem realmente necessárias para algum ajustamento.

Por exemplo, hábitos de rotina como a ida para a cama ou espaço para discutirem as vivências diárias devem ser rotinas aplicáveis desde sempre e não só a partir desta fase. Contudo cada família encontrará a solução mais adequada às suas necessidades, onde, como tudo na vida impera o bom senso.

8) É no primeiro ano que se lançam as bases do sucesso escolar?
-Eu diria que o sucesso escolar inicia-se no berço, na qualidade de interacções que se estabelece com a criança, nas oportunidades que se oferecem à criança, no que ouve, no que vê, no que mexe e experimenta. O jardim-de-infância é por excelência, um espaço privilegiado de relação e constitui o patamar da educação básica.

A criança, não aprende só pelos conhecimentos que lhe são formalmente transmitidos, assim como tem um papel activo e participante, num meio em que o conhecimento é um instrumento cultural. Tal como observa e pensa sobre muitos aspectos do meio envolvente, também sobre o que aprende ela observa e reflecte, tentando resolver muitos problemas de natureza lógica com que se depara.

O papel dos professores também é fundamental pela mais valia que acrescentam ao contexto educativo. São os responsáveis por estar atentos a cada criança, com as suas capacidades e dificuldades, apelando-se assim a que os professores sejam capazes de proporcionar uma pedagogia diferenciada com oportunidades educativas diversas e mais ricas. Ninguém ensina nada a ninguém se o indivíduo não estiver receptivo à aprendizagem, cabendo ao professor a tarefa de uma adequada organização do ambiente educativo.

 in: Revista Pais e Filhos – nº 76 – Setembro 2005.

Leituras

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Os livros que se seguem apresentam as minhas opiniões sobre os mesmos. Exclusivamente o meu "ponto de vista". EC

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