Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (DIPD)
Há cerca de um mês atrás pedimos aos nossos associados que nos informassem sobre as iniciativas que a escola/agrupamento, em que trabalham, vão desenvolver no dia 3 de Dezembro – Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (DIPD).
Queremos agradecer os contributos que nos fizeram chegar e que demonstram bem o impacto deste dia nas escolas, ou pelo menos, em algumas escolas. O espaço não nos permite a transcrição do material que nos foi enviado mas avançamos com cinco aspectos que nos parecem ser transversais a todos os projectos:
1. Persistência. Em primeiro lugar é a vontade e a persistência de fazer algo na escola. Há tantos dias internacionais... e tantos deles passam despercebidos... Mas o DIPD vai ser assinalado certamente com o empenhamento dos professores que ultrapassa o seu “horário de serviço”.
2. Abrangência. Quando pensamos no DIPD poder-se-ia imaginar “o que vamos fazer com os alunos com deficiência da escola?”. Mas, na verdade, o entendimento foi muito diferente: concebeu-se a diferença entre os alunos como sendo uma característica que é comum a todos eles. Assim, as actividades vão ser para diferentes (isto é para todos) e não para os alunos com deficiência (isto é: para alguns). Ao implicar toda a comunidade escolar nestas actividades, os professores de Educação Especial tornam claro que a Educação Especial não pode ser um “guetto” mas é um serviço aberto e universal da escola.
3. Importância. Podemos pensar em vários modelos de actividades: centradas nas turmas de alunos com deficiência, centradas nas turmas onde os professores de Educação Especial actuam, em actividades no recreio... Tudo isto pode ser pensado mas dificilmente se poderia ter previsto que há escolas que vão interromper actividades lectivas para desenvolver estas actividades. É indubitavelmente uma decisão de enorme importância para os valores da escola: as celebrações da diferença de todos têm prioridade sobre as actividades lectivas.
4. Criatividade. Toda a escola está implicada: gincanas, jogos, concursos, exposições, debates, intervenções em sala de aula, convite a palestrantes de fora da escola, enfim toda uma criatividade que sobressai neste dia (ainda que exista permanentemente na prática do professor). Para enriquecer esta criatividade foram desafiados a participar alunos, pais, gestores, membros da comunidade, todos os professores e funcionários da escola. Assim a criatividade ficou melhor e certamente mais inesperada...
5. Ética. Que valores se escolheram para promover? E com que valores se acha que vale a pena estabelecer um compromisso? Ouvimos tantas palavras para ética: “carolice”, “mania”, “gosto”, “voluntarismo”... Tantas palavras para dizer que o que se passa, e da maneira que se passa, não nos é indiferente e que estamos disponíveis para dar mais do que estritamente nos é pedido se houver uma motivação face aos valores que achamos éticos e correctos. Foi o que aqui se passou.
Pode ser que este seja mais um DIPD. Já houve muitos e outros haverá. Mas isto não é importante. Mesmo nada. O que é realmente importante é saber que um conjunto de vontades proporcionou a toda a comunidade escolar um momento de reflexão, um momento singular. Mais do que muitas campanhas e discursos, são estas actividades planeadas, nascidas, desenvolvidas e avaliadas na escola que trarão uma marca indelével àqueles que nelas se comprometeram e participaram. E isto devido em grande parte, aos Professores de Educação Especial.
David Rodrigues
Presidente da ANDEE
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