segunda-feira, 21 de junho de 2010

Adolescência. É o cérebro, estúpido!

Foto de Manuel Roberto

Por Ana Gerschenfeld

Por que é que os adolescentes são como são? Por que é que têm mudanças súbitas de humor, problemas de concentração, comportamentos de risco? Só muito recentemente é que os especialistas começaram a desvendar as bases neuronais destes autênticos enigmas.

É preciso paciência para aturar filhos adolescentes. Com a puberdade não é apenas o seu corpo que sofre uma transformação. A sua personalidade pode mudar radicalmente. Tornam-se impacientes, rudes, mal-humorados, descuidam os estudos e a sua paciência para aturar adultos desvanece-se sem deixar rasto. Passam horas frente à televisão a ver séries de inteligência duvidosa, fechados no quarto a ouvir música, a trocar mensagens cheias de interjeições e símbolos esquisitos com os amigos no Messenger, horas em cochichos e risinhos ao telefone, adoptam numa fracção de segundo uma aparência absolutamente inexpressiva e um olhar vazio quando um adulto os interpela, esgueiram-se habilmente de quarto para quarto de forma a evitar os pais, os seus horários deixam misteriosamente de coincidir com seja o que for que a família costumasse fazer em conjunto. E uma chamada de atenção por parte de qualquer adulto pode transformar-se num confronto. Os pais, esses, não passam de uns marcianos que andam lá pela casa, cuja função se resume a garantir que há comida no prato à hora das refeições, a não os deixar fazer quase nada do que eles querem, a exigir que não se esqueçam dos trabalhos de casa, de dizer ocasionalmente “obrigado” e “por favor”, de tomar duche e de lavar os dentes. As únicas coisas que parecem existir são o seu grupo de amigos e o seu espaço pessoal e secreto. Por vezes, contudo, imprevisível e incompreensivelmente, ficam ternurentos durante uns curtos instantes – com os pais, com os irmãos mais novos. Mas isso depressa lhes passa. Daaah…!! Esta expressão é a que melhor resume a atmosfera de incompreensão que frequentemente caracteriza o “retrato de família com adolescente(s)”. Claro que se trata de uma descrição esquemática da situação. Por vezes, as coisas correm melhor – sem problemas de maior na escola e na vida social e sem atritos familiares. Mas outras vezes também correm muito pior, com os jovens a adoptar comportamentos de alto risco, como o abuso de drogas e/ou álcool, as relações sexuais desprotegidas, as corridas de automóveis ou de motas a alta velocidade pelas estradas fora. A adolescência pode também acompanhar-se, nalguns casos particularmente extremos, de doença mental – e até conduzir ao suicídio. “A muitos títulos, a adolescência é a altura mais saudável da vida”, escrevia há uns meses Jay Giedd, psiquiatra de crianças e adolescentesdos National Institutes of Health norte-americanos e perito mundial da visualização do cérebro, no site da Dana Foundation, organização filantrópica de apoio à investigação do cérebro. “O sistema imunitário, a resistência ao cancro, a tolerância ao calor e ao frio e várias outras variáveis estão no seu auge. Porém, apesar dessa força física, a doença e a mortalidade aumentam 200 a 300 por cento [na adolescência]. (…) Para perceber este paradoxo de um corpo saudável associado a um cérebro [programado] para correr riscos, é preciso conhecer melhor a maneira como o cérebro se modifica durante este período da vida.”

Um cérebro diferente

É precisamente isso que os cientistas – e em particular os neurocientistas – têm estado a tentar fazer, revelando uma visão totalmente nova do que significa atravessar a adolescência em termos do desenvolvimento cerebral. E ligando assim a neurobiologia aos comportamentos. Claro que este estudo das relações entre a fisiologia e a psicologia humanas ainda vai nos seus primórdios, mas já está a fornecer pistas interessantes. Quando, há uns anos, se tornou possível visualizar o cérebro humano em acção, ao vivo e em directo, graças a técnicas como a ressonância magnética funcional e outras, abriu-se uma via para o estudo pormenorizado das estruturas e circuitos do cérebro humano – nomeadamente, do cérebro adolescente. E descobriu-se que a adolescência correspondia a um período de autêntica “tempestade cerebral” – a expressão é do cientista francês Jean-Pierre Changeux, autor do livro O Homem Neuronal (Ed. Dom Quixote, 1991) com quem o P2 teve a oportunidade de falar quando da sua passagem por Lisboa há uns dias para uma conferência na Fundação Gulbenkian. Nesse mesmo local, Tom Insel, director dos National Institutes of Mental Health norte-americanos, tinha caricaturado umas semanas antes a situação dos adolescentes dizendo que o seu cérebro “se desligava” na puberdade para se tornar a ligar, “não se sabe bem porquê, por volta dos 18 anos”. Mas tanto Insel como os muitos especialistas que se têm dedicado a estudar a questão já fazem uma boa ideia do que poderá estar a “ligar” e a “desligar” o cérebro adolescente. Uma das grandes surpresas foi que, ao contrário do que se imaginava até aí, o cérebro humano não pára de desenvolver-se pouco depois da nascença (até por volta dos 18 meses, pensavam os especialistas). Antes pelo contrário, continua a desenvolver-se ao longo de toda a infância, da adolescência e mesmo do início da idade adulta. E, em particular, o volume de matéria cinzenta – a matéria “pensante” do cérebro, por assim dizer, continua a crescer ao longo da infância, para começar a diminuir a seguir à puberdade. “O volume de matéria cinzenta do cérebro tende a diminuir a partir da puberdade (ou mesmo antes, dependendo da região cerebral em causa) até aos 20 ou 30 anos”, diz-nos, numa conversa por e-mail, Sarah-Jayne Blakemore, especialista em neurociência cognitiva do University College de Londres. “Portanto, os adolescentes jovens (entre os 10 e os 15 anos de idade) possuem uma maior quantidade de matéria cinzenta, nomeadamente no seu córtex pré-frontal, do que os jovens adultos.” O córtex pré-frontal é responsável pela nossa capacidade de estabelecer prioridades, planificar o futuro e organizar as ideias, elaborar estratégias, controlar os impulsos e focar a atenção. Tudo coisas que os adolescentes têm claramente dificuldade em fazer… Com os seus colegas, Blakemore publicou há dias, no Journal of Neuroscience, um estudo no qual monitorizaram, por ressonância magnética, a actividade cerebral de 200 voluntários com idades entre os sete e os 27 anos, com o objectivo de medir, justamente, a sua capacidade de concentração. E o que observaram foi que, nos adolescentes, a activação do córtex pré-frontal era particularmente intensa. Isto sugere, segundo os investigadores, citados na imprensa britânica, que o cérebro do adolescente trabalha de forma menos eficiente que o do adulto. “Já sabíamos que o córtex pré-frontal das crianças pequenas funcionava de forma caótica”, salientava Blakemore, citada pelo Guardian, “mas descobrimos que a parte do cérebro necessária para desempenhar certos processos de tomada de decisão ainda permanece em pleno desenvolvimento durante toda a adolescência. Isso significa que o cérebro continua a fazer muito trabalho desnecessário, quando precisa de tomar decisões do tipo das que testámos [que exigem uma certa resistência às distracções].”

Pensar como adulto
A partir do início da adolescência, portanto, o volume de matéria cinzenta começa a diminuir. Continuando a citar Giedd, “as células cerebrais, as suas ligações e os seus receptores de mensageiros químicos, ou neurotransmissores, atingem um pico durante a infância para a seguir declinar durante a adolescência”. Mas esta não é a única mudança em curso; na realidade acontecem mais duas coisas: “A conectividade entre as diversas regiões cerebrais [a matéria branca] aumenta; e o equilíbrio entre os sistemas frontais (de controlo executivo) e os sistemas límbicos (emocionais) vai-se alterando”, acrescenta Giedd. Tudo isto significa que, durante a adolescência, o cérebro ainda tem matéria cinzenta a mais, uma incompleta conectividade à distância entre as diversas partes do cérebro e um equilíbrio incipiente dos aspectos cognitivos e emocionais. Nestas condições, pensam os cientistas, torna-se difícil pensar… como um adulto. A explicação mais aceite entre os cientistas para a diminuição da matéria cinzenta a partir da puberdade consiste em dizer que, ao longo da adolescência, certas ligações entre neurónios passam a ser privilegiadas em relação a outras, nomeadamente sob a influência de factores exteriores. Os cientistas pensam que o fenómeno é semelhante a uma poda (os ramos são neste caso as ramificações que os neurónios projectam para se interligarem) com os ramos que são mais usados a serem reforçados, em detrimento dos menos usados. O nosso cérebro estará assim a afinar as suas redes neuronais – processo que continuará até atingirmos a idade adulta. Também por isso será na altura da adolescência que se decide o nosso futuro intelectual. “Portanto”, dizia Giedd numa entrevista à cadeia de televisão pública norte-americana PBS, “se um adolescente está a aprender música ou a fazer desporto ou a estudar, são essas as células e as ligações que vão ficar estabelecidasdefinitivamente; e se passam o tempo deitados no sofá a jogar jogos de vídeo ou a ver a MTV, serão essas as ligações celulares que irão sobreviver.” Quanto ao segundo aspecto do desenvolvimento do cérebro – o aumento do volume de matéria branca, que contém conexões neuronais mais compridas e ao mesmo tempo muito eficientes -, ele vai permitir interligar regiões cerebrais distantes com funções diversas, acelerando as comunicações entre elas e permitindo ao cérebro trabalhar de forma orquestrada. Só que, no início da adolescência, isso ainda não aconteceu. Por último, no que respeita ao equilíbrio “razão-emoção”, como a região pré-frontal é a última a amadurecer e ao longo da adolescência são os sistemas emocionais que primam, não é de admirar que os adolescentes adoptem comportamentos particularmente impulsivos. No fundo, apesar do seu aspecto físico “adulto”, o que os neurocientistas têm vindo a perceber é que o cérebro dos adolescentes é mais semelhante ao das crianças do que ao dos adultos. Um número crescente de estudos tem permitido perceber que os adolescentes estão, de facto, biologicamente “programados” para correr riscos, como já anunciaram este ano várias equipas, entre as quais a de Blakemore (na revista Cognitive Development). E também se descobriu recentemente que certas hormonas produzidas pelo organismo agem sobre os neurónios dos adolescentes de forma oposta à que teriam nos neurónios dos adultos, como mostraram em experiências em ratinhos, publicadas na revista Science, Sheryl Smith, da Universidade Estadual de Nova Iorque, e colegas. O que poderia explicar, segundo eles, não apenas as dificuldades de aprendizagem, mas também as súbitas mudanças de humor e os inexplicáveis estados de ansiedade dos adolescentes. Tudo isto para dizer que, da próxima vez que o seu filho ou filha adolescente ficar insuportável, lembre-se que é o seu cérebro – esse órgão extremamente complexo, com 100 mil milhões de células e biliões de interconexões, alojado no crânio, por detrás dos olhos – ainda imaturo, a falar. Bem alto e de forma nem sempre coerente. E, em vez de se zangar, explore os seus dotes diplomáticos e tente evitar que o seu filho ou filha tomem decisões que possam ser irreversíveis. “A adolescência é ao mesmo tempo um período de grandes riscos e de grandes oportunidades”, resume Giedd.
Artigo do jornal Público de 16 de Junho de 2010
retirado de: http://networkedblogs.com/52h9h

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