Um dia
Morris Gleitzman
Fábula (2017)
Um dia, é como quase todas as histórias se iniciam. Porque acontecem num tempo e num determinado lugar, num dia em que se determinam os detalhes e sucedem-se os factos.
Neste livro, isso também acontece, obviamente. Um local, no tempo, numa narrativa romanceada sobre a História que nada tem de fantasia. Um jovem imaginado pelo autor, mas que representa qualquer uma das histórias reais vividas por milhões de crianças judias.
Cada capítulo, relata um dia vivido na primeira pessoa, pelo protagonista da ação que ama os livros, que os relaciona com a vida e as histórias, que com a sua imaginação e optimismo, muitas vezes, influenciada na leitura dos livros, o ajuda a enfrentar as situações. “(...) Eu e os meus pais podíamos ter ficado com aqueles livros. Adoramos todos os livros, mesmo os mais velhos e gastos. Não posso olhar mais para aquilo ...” (pág. 24).
Uma homenagem a todas as crianças órfãs, inspirada em Janusz Korczack, e em memórias vividas por protagonistas do Holocausto.
Nesta senda da narrativa do protagonista, o autor escreveu seis livros seguindo o percurso iniciado nesta obra. Em Portugal, estão publicados A seguir (2018) e Depois, (2019).
Um dia li este livro de um só fôlego, o necessário para entrar na pele do protagonista e imaginar que um dia, talvez, as gerações aprendam com a memória o bastante para que o drama da guerra não se repita.
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