Foto ECSilva
A cultura de um povo é fundamental para a transmissão de valores que se passam de geração em geração, e nem sempre se questiona sobre essa cultura ou se ambiciona pelo saciar (pela satisfação) do conhecimento.
Em educação as coisas também não são muito diferentes, move-nos as contestações, o espírito imbuído de que no nosso relacionamento com as gerações mais novas ajudamos a mudar o mundo, mas quando questionados sobre questões educacionais dividimo-nos nas opiniões, e a reciprocidade entre profissionais oscila entre as dúvidas e as certezas pouco convincentes. Para além claro da pouca partilha, parece que saber é poder, quando deveria ser saber é partilhar, pois só desse modo ficaríamos todos a ganhar nomeadamente as crianças.
Claro que são opiniões extremistas, mas não são realidades assim tão pouco frequentes e que é urgente modificar. O que nos move a adoptar um método, um modelo pedagógico ou um sistema de avaliação não pode ser uma razão de reciprocidade e muito menos aleatória, tem que ser muito mais do que isso, tem que ser questionada a razão das nossas escolhas e o porquê das nossas decisões e nem sempre reflectimos sobre essas escolhas ou sobre a nossa “rotina” adoptada. Até nas nossas práticas, sabemos pouco sobre nós próprios. E mais, por vezes, agimos sem a mínima convicção do que fazemos, agimos por intuição. Não fica mal, a qualquer mortal o desconhecimento, mas o pior é não procurarmos a informação.
São as pessoas que fazem as diferenças e cada gesto reflecte-se não só na forma como apadrinhamos o que nos rodeia, como também consequentemente interfere nas crianças com quem trabalhamos. Para isso não basta o hastear da bandeira. É preciso ir mais além e questionar cada passo que nos motiva a caminhar no labirinto das nossas vidas. Não é só optar entre a cara ou coroa da moeda que jogamos, é conhecer o que representa cada face dessa moeda.
É necessário procurar a informação, para que desse modo se intervenha com fundamento. Homem ignorante, não pode de todo ser feliz, a menos que não tenha a pretensão de agir em comunidade!
Partilha-se com quem deseja receber….
É curioso visitar o interior e norte de Portugal durante o mês de Agosto e ouvir falar os falsos franceses.
Confuso?
Eu explico, os emigrantes que voltam de férias à sua terra natal mas que parecem envergonharem-se de falar a língua de Camões. Porém em terras francesas o mesmo acontece, pois um emigrante ao ver um seu conterrâneo de visita àquele país não parece provocar o espírito de patriotismo ou solidariedade, bem como mais uma vez a recusa de falarem na língua materna, tirando obviamente algumas afortunadas excepções ou mesmo aquelas mais eufóricas que se revelam com saudades da pátria e espírito de mutualidade.
Gostamos pouco do que é nosso, já Camões afirmava “Esta gente portuguesa o nada estrangeiro estima, o muito dos seus despreza”.
Foi de facto uma indicação arrebatadora de patriotismo o que o Euro 2004 nos proporcionou, (embora com algumas pequenas decepções de desagrado por conseguirmos apenas um honroso segundo lugar), podemos constatar o optimismo duma nação quando está em sintonia.
Porém, podemos verificar também o pouco que a nação mostrou saber sobre si própria, senão vejamos o exemplo de quem desconhecia o hino, os imensos exemplos da incorrecta colocação das bandeiras, colocadas nas janelas por todo o país, ou mesmo o total desconhecimento do significado dessa tão hasteada bandeira. Surge só agora, (resta-nos o consolo de, como diz o ditado, mais vale tarde do que nunca), a curiosidade pela bandeira, não fosse ela alvo de tantas mutações, resultado da exacerbada procura da mesma.
O fado português é triste, mas bem mais triste é o pouco orgulho que temos de nós próprios, um país que para além da epopeia dos descobrimentos realiza enormes eventos, só como exemplo, uma Expo Universal em 1998 e o Euro em 2004, o país de variadíssima gastronomia e doçaria, da música, da literatura. Isto apenas alguns exemplos e temos continuamente uma amargura e um desacreditar em nós próprios. É certo que vivemos momentos conturbados numa sociedade complexa e turbulenta, uma sociedade em constante alteração e mutações de diversas índoles.
Gostamos pouco do que é nosso, já Camões afirmava “Esta gente portuguesa o nada estrangeiro estima, o muito dos seus despreza”.
Foi de facto uma indicação arrebatadora de patriotismo o que o Euro 2004 nos proporcionou, (embora com algumas pequenas decepções de desagrado por conseguirmos apenas um honroso segundo lugar), podemos constatar o optimismo duma nação quando está em sintonia.
Porém, podemos verificar também o pouco que a nação mostrou saber sobre si própria, senão vejamos o exemplo de quem desconhecia o hino, os imensos exemplos da incorrecta colocação das bandeiras, colocadas nas janelas por todo o país, ou mesmo o total desconhecimento do significado dessa tão hasteada bandeira. Surge só agora, (resta-nos o consolo de, como diz o ditado, mais vale tarde do que nunca), a curiosidade pela bandeira, não fosse ela alvo de tantas mutações, resultado da exacerbada procura da mesma.
O fado português é triste, mas bem mais triste é o pouco orgulho que temos de nós próprios, um país que para além da epopeia dos descobrimentos realiza enormes eventos, só como exemplo, uma Expo Universal em 1998 e o Euro em 2004, o país de variadíssima gastronomia e doçaria, da música, da literatura. Isto apenas alguns exemplos e temos continuamente uma amargura e um desacreditar em nós próprios. É certo que vivemos momentos conturbados numa sociedade complexa e turbulenta, uma sociedade em constante alteração e mutações de diversas índoles.
A cultura de um povo é fundamental para a transmissão de valores que se passam de geração em geração, e nem sempre se questiona sobre essa cultura ou se ambiciona pelo saciar (pela satisfação) do conhecimento.
Em educação as coisas também não são muito diferentes, move-nos as contestações, o espírito imbuído de que no nosso relacionamento com as gerações mais novas ajudamos a mudar o mundo, mas quando questionados sobre questões educacionais dividimo-nos nas opiniões, e a reciprocidade entre profissionais oscila entre as dúvidas e as certezas pouco convincentes. Para além claro da pouca partilha, parece que saber é poder, quando deveria ser saber é partilhar, pois só desse modo ficaríamos todos a ganhar nomeadamente as crianças.
Claro que são opiniões extremistas, mas não são realidades assim tão pouco frequentes e que é urgente modificar. O que nos move a adoptar um método, um modelo pedagógico ou um sistema de avaliação não pode ser uma razão de reciprocidade e muito menos aleatória, tem que ser muito mais do que isso, tem que ser questionada a razão das nossas escolhas e o porquê das nossas decisões e nem sempre reflectimos sobre essas escolhas ou sobre a nossa “rotina” adoptada. Até nas nossas práticas, sabemos pouco sobre nós próprios. E mais, por vezes, agimos sem a mínima convicção do que fazemos, agimos por intuição. Não fica mal, a qualquer mortal o desconhecimento, mas o pior é não procurarmos a informação.
São as pessoas que fazem as diferenças e cada gesto reflecte-se não só na forma como apadrinhamos o que nos rodeia, como também consequentemente interfere nas crianças com quem trabalhamos. Para isso não basta o hastear da bandeira. É preciso ir mais além e questionar cada passo que nos motiva a caminhar no labirinto das nossas vidas. Não é só optar entre a cara ou coroa da moeda que jogamos, é conhecer o que representa cada face dessa moeda.
É necessário procurar a informação, para que desse modo se intervenha com fundamento. Homem ignorante, não pode de todo ser feliz, a menos que não tenha a pretensão de agir em comunidade!
Partilha-se com quem deseja receber….
Só em partilha, dando mais do que se espera receber, é possível fazer da nossa sociedade educativa e não só, um bom motivo para acreditarmos que é na constante aprendizagem e permanente reflexão, que contribuímos para essa mesma comunidade da qual fazemos parte.
Porém, também é verdadeiro, que só conseguimos partilhar com quem deseja receber. “Pobres” de espírito, aqueles que consideram que já sabem tudo e não têm mais nada a aprender, sabendo-se que é essencialmente na reflexão e na partilha sobre a construção da identidade dos profissionais de educação, que se constrói uma profissão e uma educação mais qualitativa.
É imprescindível preservar e estimular permanentemente o conhecimento, sendo indispensável ousar, e sobretudo reflectir, no intuito do desenvolvimento, elevando continuamente, assim a qualidade das nossas práticas. Hasteamos assim a nossa bandeira pedagógica reflectindo sobre as consequências, no seu efeito e na sua razão de existir. Só desse modo podemos elevar a qualidade das nossas práticas.
Para além disso é fundamental continuar a hastear a bandeira deste país, não só pelo futebol, mas por toda a sua história e cultura de um povo que nem sempre olha por si.
Porém, também é verdadeiro, que só conseguimos partilhar com quem deseja receber. “Pobres” de espírito, aqueles que consideram que já sabem tudo e não têm mais nada a aprender, sabendo-se que é essencialmente na reflexão e na partilha sobre a construção da identidade dos profissionais de educação, que se constrói uma profissão e uma educação mais qualitativa.
É imprescindível preservar e estimular permanentemente o conhecimento, sendo indispensável ousar, e sobretudo reflectir, no intuito do desenvolvimento, elevando continuamente, assim a qualidade das nossas práticas. Hasteamos assim a nossa bandeira pedagógica reflectindo sobre as consequências, no seu efeito e na sua razão de existir. Só desse modo podemos elevar a qualidade das nossas práticas.
Para além disso é fundamental continuar a hastear a bandeira deste país, não só pelo futebol, mas por toda a sua história e cultura de um povo que nem sempre olha por si.
Elvira Cristina Silva
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