Segundo o Diário de Notícias, o crescimento do número de alunos que escolhem Espanhol (castelhano) como segunda língua tem levantado problemas nas escolas, que não têm docentes para criar novas turmas da disciplina.
No início da disponibilização da disciplina, no ano lectivo 2005/06, havia menos de dez mil estudantes dos ensinos Básico e Secundário a aprender castelhano. Em 2009, o número de alunos inscritos era cinquenta e dois mil. Um número que voltou a crescer no ano lectivo que agora tem início. O Ministério da Educação (ME) reconhece que "há algumas dificuldades em responder ao crescimento do número de alunos que pretendem frequentar a disciplina", mas afirma que está "a fazer todas as diligências para responder às solicitações".
A maior parte das escolas contactadas pelo Diário de Notícias têm turmas de Espanhol mas não conseguem assegurar a matrícula na disciplina para todos os alunos interessados. Por vezes, a procura dos alunos não é satisfeita devido à falta de professores. Segundo números da Consejería de Educación da Embaixada de Espanha, em 2005 existiam cento e trinta e oito escolas que ofereciam o castelhano como língua estrangeira; em 2009 eram quinhentas e oitenta e cinco.
Noelia Juárez, da Associação Portuguesa de Professores de Espanhol como Língua Estrangeira (APPELE), diz que a subida súbita dos últimos anos excedeu as expectativas e os recursos disponíveis. E acrescenta: "não há assim tantos professores e a APPELE já alertou o ME que antes de alargar a opção ao 5.º e 6.º anos é melhor consolidar no 2.º Ciclo e Secundário. Temos consciência desse problema e já há muitos professores, nomeadamente de Francês, que estão a fazer reciclagens para poder leccionar Espanhol". Uma solução que gerou polémica no ano passado.
Recorde-se que, para superar a falta de professores de Espanhol, em 2009 o ME aprovou um regime "transitório" que permitiu que candidatos "com uma qualificação profissional numa língua estrangeira e ou Português" também pudessem dar aulas de Espanhol, o que tornava possível aos docentes de línguas com diploma do Instituto Cervantes concorrerem aos quadros. Uma excepção que se manteve no concurso deste ano, apesar da polémica que gerou.
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