O livro relata a experiência inovadora da Escola da Ponte, desenvolvida em Portugal e que conta com mais de trinta anos de existência.
O educador Rubem Alves ao tomar contacto com a escola da Ponte viu a materialização de todos os seus anseios educacionais na medida que, a escola da Ponte apresenta uma prática focada no aluno e em suas necessidades fazendo do espaço escolar um verdadeiro laboratório de novas experiências, onde a relação professor-aluno é repensada e trabalhada não de forma unilateral - eu professor detenho o saber- mas sim dentro de uma relação de diálogo onde saberes são trocados e através da experiência concreta e do exercício da responsabilização os alunos tornam-se protagonistas e com isso sentem-se motivados a aprender e fazer novas descobertas.
Após o autor passar alguns dias em contacto com a Escola da Ponte, conversando com professores, alunos e pais, começou a relatar essas experiências através de artigos publicados no Jornal Correio do Povo - em Campinas, artigos estes que foram reunidos neste livro e que expressam todo o encantamento de Rubem Alves com as práticas educacionais vivenciadas na Escola da Ponte.
A Escola da Ponte, que possui uma equipe sólida pois actua há mais de vinte e cinco anos na escola, passou no decorrer dos anos por um processo constante construção colectiva e através do ensaio e erro seus educadores, juntamente com a comunidade criaram as bases de uma proposta pedagógica comprometida com o aluno e o desenvolvimento de sua criatividade, partindo do pressuposto que o aprendizado pode acontecer de forma prazerosa e o trabalho com projectos e pesquisas possibilita a troca constante e o crescimento do espírito de investigação
Assim , a escola da Ponte não apresenta a clássica divisão de salas de aulas seriadas e nem os espaços são organizados como as escolas tradicionais. Os espaços são amplos, as salas são multisseriadas e o que determina o trabalho pedagógico são os temas escolhidos que possibilitam o agrupamento dos alunos de acordo com os interesses em determinados projectos. O autor relata por exemplo, que existe um quadro na escola onde consta:"tenho necessidade de..." e respectivamente outro que diz:"posso te ajudar", o que estimula a troca constante de saberes e a responsabilização contínua de todos com o seu aprendizado e dos demais colegas. Rubem Alves avaliando essas experiências constata no livro que a escola da Ponte não tem a cidadania como algo a ser atingido, discurso tão comum e corriqueiro na propostas pedagógicas das escolas, mas sim afirma que a escola da Ponte permite que seus alunos efectivamente vivam a cidadania. Um outro exemplo interessante relatado pelo autor é que os alunos mais velhos produzem textos para os mais novos estabelecendo assim uma troca entre os alunos sem a rigidez seriada e estanque das escolas tradicionais.
O encanto do autor por esta experiência dá-se sobretudo pelo fato que ele é um severo crítico das escolas tradicionais e por isso vê a Escola da Ponte, como um experiência autêntica que estimula a inclusão de todos os alunos, agregando valores que permitem a vivência da cidadania e formando alunos considerando sua totalidade e não se fragmentando como normalmente acontece, segundo o autor, as escolas organizadas nos moldes tradicionais.
O livro A ESCOLA QUE EU SEMPRE SONHEI SEM IMAGINAR QUE PUDESSE EXISTIR retrata a crença de Rubem Alves de que a aprendizagem pode ser uma processo prazeroso e que experiências como essa devem ser estimuladas, valorizadas e sobretudo divulgadas para que os educadores sintam-se motivados a agregar novos valores as suas práticas, é portanto ,uma tentativa do autor de contagiar educadores para que promovam mudanças voltadas para um aprendizado mais lúdico, prazeroso e que promova a vivência da cidadania e que esta seja vista, não como algo abstracto, mas sim como algo concreto que pode e deve ser desenvolvido nas escolas.
por:vivianK em:http://pt.shvoong.com
2 comentários:
Seria bom mencionar o número de alunos por turma... Será que são 38 ou 40???
Na prática não existem turmas mas sim salas por onde os alunos circulam... e funciona! Eu posso comprovar que já lá estive!!
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