Sara, A Luz
de Sandra Morato e Sara
Morato.
Prime Books (2010)
Sara, significa princesa, em
hebraico, mas independentemente do significado direto, todos os filhos são os
nossos príncipes e princesas.
É nisso que investem os pais,
os que o são verdadeiramente. Porque “um filho é sempre uma bênção,
independentemente das circunstâncias em que chega.” (pág. 85).
O nascimento de Sara e a sua
problemática cromossómica foi a luz para este testemunho escrito na primeira
pessoa por Sandra Morato. Num relato de leitura fácil, mas de informação rica,
este livro pretende contribuir para desencadear uma eficaz mudança de atitudes.
Quase como um diário, relata
episódios pouco inclusivos de falta de informação, de pessoas que blasfemam, ,situações
vividas com os serviços de saúde, assim como apoios inesperados (...) “fora das
paredes interiores de casa, que portas e janelas se abrem do nada, sem
esperarmos, sem sequer imaginarmos” (pág. 67). Aborda o impacto do nascimento
no casal e também o impacto nos filhos, focando a utilização de estratégias que
são parte integrante do processo.
Possui informações sobre as
caraterísticas da problemática, características reais, que independentemente de
um cromossoma a mais ou a menos, são as de todas as crianças. Uma viagem com
destino desconhecido mas de experiência inesquecível ao descobrir capacidades
“para além das especificidades”.
Menciona ainda assuntos
legais e especificação de apoios diversificados bem como contactos de
associações, para além de um recado final do que pretende com a sua obra. Um livro escrito com voz e
coração de mãe, que intenta ser uma ferramenta rumo a um futuro mais inclusivo
com respeito e valorização pela diferença.
A aceitação sem limites, a recusa em desistir e o acreditar sempre, onde é
notória a força dos afetos familiares que tudo conseguem face à discriminação e
indiferença.
Quanto mais testemunhos como
estes forem concebidos, maior será a consciencialização da sociedade para o
valor da diferença, contribuindo para um caminho que excluirá o preconceito, reivindicando
acessibilidades e oferta de oportunidades que contribuam efetivamente para a
igualdade de direitos de todos os cidadãos. Dar voz às famílias é essencial e
premente numa sociedade que se deseja inclusiva. Famílias com quem temos muito
que aprender e só podemos (devemos) cada vez mais respeitar.
Elvira Cristina Silva
in: Educação Inclusiva (pág. 34) - Vol.4 Nº 2 - dezembro 2013 (Revista da Pin-ANDEE - Pró-Inclusão: Associação Nacional de Docentes de Educação Especial)
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