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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
A Magia das Chaves
A Magia das chaves - diversos autores
Edições Vieira da Silva (2013)
Antologia de 42 contos de 42 autores portugueses e
brasileiros.
Um desafio ao conto, projeto inspirador da autora Maria Isabel Loureiro, escritora da literatura portuguesa (sobretudo infantil), que partindo do tema “A chave” desafiou outros
autores a participar com contos inéditos. A ela se deve o
projeto e a concretização deste sonho transformado em magia, pois a essência
desta publicação reside na contribuição para uma instituição de solidariedade
social.
Os direitos de autor dos 42 escritores que estão
representados nesta Antologia, destinam-se à ACREDITAR – Associação de Pais e
Amigos de Crianças com Cancro.
Uma antologia de contos possibilita sempre uma escolha
aleatória, bem como uma disponibilidade temporal mais alargada dos seus
conteúdos para a sua leitura, daí a versatilidade desta obra. Uns poderão ser
mais demorados de modo a saborear os seus enredos, outros leem-se de um só
fôlego com a ânsia de saber o final.
Amores e desamores, encontros
e desencontros, o afeto e a solidão. Sentimentos que se partilham em comum,
sonhos com vida própria ou por concretizar. Ingredientes que se comungam na
especificidade da raça humana porque os seres humanos são
de natureza complexa, com heranças diversificadas e diversas maneiras de
entender o mundo.
Contos que perfilham por certo boas leituras inclusivas.
Um projeto inspirador, a favor da Acreditar, porque haja quem
acredite na Magia, a chave da essência da vida.
Elvira Cristina Silva
publicado in: Newsletter 63 pág. 4(setembro 2013 - 1ª quinzena) da PIn-ANDEE
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Gaudi, um romance
Gaudi, um romance.
Mario Lacruz. (2006).
Publicações Dom Quixote.
Livro, que como o título indica, consta de uma narrativa
romanceada da vida de Gaudi.
Obra de Mario Lacruz, publicada postumamente a pedido dos
seus mais próximos, é nos apresentada pela escritora Rosa Monteiro e pelo filho
do autor J.M.Lacruz.
Um manuscrito encontrado no armário que transformado nesta
obra se lê de um fôlego. Pena Mário Lacruz (grande nome editorial no mundo
hispânico) ser tão exigente consigo próprio e não o ter publicado em vida.
A narrativa dá-nos a conhecer Gaudi, um personagem vivido de
enorme convicção e crença na sua obra a par dos seus amores e desamores com a
perda de familiares e amigos. Um homem que ama a arte e a ela se entrega com um
projeto ambicioso iniciado em 1882 quando tinha 31 anos de idade e de uma vida
dedicada durante 40 anos à construção do templo da Sagrada Família. Os últimos
quinze anos são lhe dedicados de forma exclusiva. O artista que “luta contra o
tempo sabendo que tudo é inútil; e trabalha até ao último minuto como se não o
soubesse” (pág. 183).
Quem já teve a oportunidade de visitar e contemplar o templo
da Sagrada Família, na cidade catalã de Barcelona, rapidamente a vislumbrará em
passagens deste livro eloquente que nos transporta numa viagem ao passado e ao
interior da obra de Gaudi. A saber, a fachada da Natividade e a cripta
(realizadas por Gaudi) foram incluídas pela UNESCO em 2005 como Património
Mundial.
Um livro enternecedor, de um olhar sobre um homem por detrás
da sua obra que a ela se entrega por inteiro; “o que faz uma grande obra e a
ama não pode ter mais amores (pág. 183).
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Agarrem-me ou dou cabo desses palhacitos!
Agarrem-me ou dou cabo desses palhacitos!
Rafeiro Perfumado
Depois dos anteriores livros
“A minha vida dava um blog” e “Are you ladrating to me” o autor atira-nos
com este livro (temos sorte em não nos atirar com um bastão, a julgar pelo
muito inconveniente comportamento humano, amplamente criticado por este canino).
Em nove capítulos, ou melhor
em dez, se contarmos com o capítulo quase nada, que é talvez o capítulo em que
se dá a conhecer (para quem não tem os livros anteriores, está bem de ver) e
demarcar a capacidade geracional do canino, precedido de um prefácio saudosista
sobre a diferença das gerações, todavia, não deixando de valorizar os exemplos
dignos da espécie em cada época.
Rafeiro Perfumado aborda
neste livro situações com odores desagradáveis mas verdadeiramente eloquentes
de fazer funcionar a massa cinzenta de qualquer animal que a possua. Um capítulo dedicado ao
sexo feminino, outro à sua jove (sim, que este rafeiro é cavalheiro),
expressões típicas, pessoas que mexem com os neurónios de quem os tem, as
férias, o trabalho e situações mais pessoais mas que dizem respeito a todos e a
cada um de nós são abordadas em cento e setenta e quatro páginas.
Nesta trilogia, não sei
mesmo se não deveria ser este o episódio Zero, onde o canino se dá a conhecer
nas suas individualidades e depois escreve os seus dois anteriores “best-sellers”.
Esquecendo a piada farsola
do último texto (sim, tenho também direito a alguma indignação) fica desde já
perdoado com a escrita do penúltimo texto (aliás devia ter acabado o livro ali
e pronto), os diversos textos refletem sobre temas tão diversos como a própria vida.
A educação de filhos irrequietos, o chegar frequentemente atrasado, tipicamente,
(infelizmente), característica tão atual portuguesa, pormenores à roda de
bilhetes de metro, situações curiosas tanto como saber as origens das mesmas; as
do Rafeiro, obviamente, repletas de humor; as idas a museu ou a festivais de
música, as redes sociais e tecnologias. Descodificando, Rafeiro escreve textos
hilariantes, à roda de progressos e desastres da civilização humana de forma humorística
e incisiva, nunca deixando de se incluir também ele na espécie de que faz
parte. É um retrato duplo de quem observa e se deixa observar como um comum
mortal.
Não gostar de Saramago e o facto de termos divergências futebolísticas
(pronto, safa-se a escolha leonina da Jove, essa santa), bem como o facto deste
exemplar que está em meu poder não ter ainda uma pegada canina, vulgarmente
chamada de autografo, não abona a seu favor. Contudo, tenho que me render a
mais um livro peculiar no trajeto mental que nos proporciona, até porque
contribuí para ter direito a agradecimentos personalizados na última página. Sim, senão vejamos: li o livro até ao fim, sem falhar uma letra (dispensava a
opinião sobre Saramago e o último texto, já referi isso?) e contribui para os
852626 exemplares que conta vender. Bem, também ofereci alguns exemplares a
familiares e amigos (sim, bem sei que estava a um preço razoável na feira do
livro mas posso acrescentar que o Saramago também estava em conta...). Prepara então Rafeiro a tua nádega
direita!...
Assim, para terminar,
resta-me solicitar a todos os que leiam este post que contribuam para a venda
de 852 mil e tal exemplares para que se concretize a promessa do Rafeiro.
Curiosos? Bem, o melhor que
têm a fazer é levantar o “rabiosque” do sofá e entrar na primeira livraria. É assegurado
que não vão dar por desperdiçado o dinheiro gasto. Risada permanente de uma
escrita humorística e inteligentemente canina.
ECS
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